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Os leitos de UTI no São Pedro

Símbolo de uma conquista que tornou o Hospital Beneficente São Pedro referência para muitos munícipios da região, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) transformou-se numa dor de cabeça para a direção da instituição. Hoje, a UTI consome mais recursos do que o Hospital tem à disposição. Resultado: prejuízo no caixa.
O diretor do São Pedro, Jaime Kurmann, já fez o alerta. É muito provável que, se não houver um aporte financeiro maior do governo federal, terá que fechar, já no próximo mês de julho, cerca de oito dos 18 leitos disponíveis atualmente.
Você até pode se questionar sobre isso, pois não são poucas as iniciativas solidárias que são organizadas em prol do hospital, mas os gastos, acreditem, são enormes. A indústria farmacêutica também não perdoa. Desde que a pandemia começou, subiram absurdamente os preços dos insumos, materiais, medicamentos e do oxigênio. O negócio é faturar, mesmo sob toda a comoção que vemos.
Aliás, para a indústria farmacêutica toda catástrofe epidêmica é uma grande oportunidade para enriquecer. Para se ter uma ideia, o preço do medicamento Midazolam 50mg/10ml, que estava R$ 15,30 subiu para R$ 116,32. Um assalto. E outros tipos de medicamentos seguem a mesma linha.
Seja como for, o fato é que manter uma UTI tem lá seus desafios. Equipe médica, mais funcionários contratados e equipamentos adequados exigem investimentos e eles foram feitos pelo São Pedro. É como ter um carro potente. O maior desafio não está tanto em adquiri-lo e sim em mantê-lo.
Para cada leito da UTI, o Sistema Único de Saúde, o SUS, paga ao hospital R$ 1.600/dia. Só o custo com o kit de intubação é de R$ 2.000/dia. No total, cada paciente internado pelo SUS na UTI Covid representa um custo de R$ 2.800 por dia. Em média, considerando 15 leitos, o déficit é de R$ 540 mil mensais. Kurmann revela que, pela primeira vez, em cinco anos, desde que assumiu a direção, o hospital está tendo prejuízo. De janeiro a maio, esse valor foi de R$ 2 milhões.

Bom final
de semana

Julmei Carminatti

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