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A Brasília política não conhece o Brasil

Como já comentávamos na semana passada, a pandemia pode ter causado grandes males à população mundial. Porém, só à população.
Para 5% dos brasileiros, aqueles que detém 90% do PIB nacional nas mãos, foi muito lucrativa. Então vêm à nossa mente aquele dito popular “Soldi fá soldi e (M) fá mucho”. Aquele grupo de multimilionários está se saindo muito bem obrigado.
Também sou da opinião de que muitos políticos de alto escalão atestaram “positivo” para o coronavírus por conveniência já que, por estarem sempre na mira da imprensa e sujeitos a interrogatórios inadequados, sentiram-se muito prejudicados nas suas imagens públicas. Desculpem, mas é o que eu penso.
Também, tenho a cada dia mais certeza que Brasília não conhece o Brasil, principalmente, pelos governantes que insistentemente mandamos para lá. Destaco o nosso Ministro da Economia, Paulo Guedes, quando afirmava em março último, quando o crédito emergencial para as micro, pequenas e médias empresas custava a chegar ao destino, que “era melhor financiar uma grande empresa do que muitas pequenas empresas, pois o resultado para a economia nacional seria melhor”. Ignorância de multimilionário que viveu no exterior e que não fez a conta que são as micro, pequenas e médias empresas que mais empregam mão de obra no país.
Mais de 200 mil empregos foram perdidos no país.
Hoje, o nível de desemprego nacional está superando 12,4% com alto número de empresas fechando as portas. Só no Rio Grande do Sul, 21% das empresas estão fechadas.
Mas, aquele grupo de milionários brasileiros que eu comentava no início e que representam apenas 5% da população, segundo pesquisa da revista Forbes americana, que apenas trata das grandes fortunas, lucraram somente nestes quatro meses de pandemia o valor equivalente a 164 bilhões de reais.
Para termos uma ideia do que representa isso, um trabalhador que ganha o salário mínimo no Brasil, precisaria trabalhar 163 milhões de anos para obter essa grana toda. Por isso é que continuo afirmando: a Brasília política não conhece o Brasil.
Os grandes afortunados não precisam de auxílio do governo. Aliás, são eles que auxiliam os governos. Então, não sonhemos que governos de extrema direita podem resolver os problemas do subdesenvolvimento, esses apenas resolvem os seus prazeres pela acumulação de dinheiro independente do ramo em que atuam.
Em todo o mundo, vemos as grandes fortunas crescerem cada vez mais nas mãos de poucos.
Os mais necessitados, entre os quais os idosos aposentados que dedicaram toda a sua vida para produzir pelo bem das nações e os mais pobres que não têm mais força para contribuir com o mercado produtivo estão sendo alvo da pandemia que aí está.
Como não temos mais guerras o mercado tem que dizimar população. Como afirmava Santo Agostinho, economista do século XIV “não fossem as guerras e as epidemias os homens morreriam de fome”.
Um fato, porém, é verdadeiro. Essa pandemia apesar de ainda estar em crescimento em boa parte do planeta, está prestes a ser enfrentada com vacinas apropriadas. Certamente em 2021 ela já não assustará ninguém. Mas é importante que continuemos a nos cuidar muito para poder chegar no ano de 2021.

Renan Alberto Moroni

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