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As coisas que vi no Uruguai

Durante o último feriadão, aproveitando a oportunidade que me foi dada por economias feitas, fiz um passeio turístico acompanhado pela minha parceira de viagem pelo nosso país vizinho, o Uruguai. Em outros grupos havia muitos garibaldenses que lotaram, pelo menos, mais três ônibus, sem contar com outros grupos da região serrana em belíssima excursão.
Passeamos por pontos importantes indicados para o turismo de poucos dias: Punta Del Este, Montevideo e na Colônia de Sacramento. Já tinha feito esse passeio há quatro anos, então, posso fazer algumas comparações interessantes.
Primeiro: os passeios turísticos apresentam algumas coisas a menos do que vi no meu primeiro passeio. Acho que faltou restauração e, por isso, sumiram.
Porém, aquilo que é importante para ser mostrado, em termos culturais, está lá. Importante. Não se observa depredações por maus tratos ou pichações. Deve ser resultado do nível cultural do país vizinho, onde o ensino é gratuito em todos os níveis.
Segundo: a população, estática há 60 anos, começa a diminuir sensivelmente. Há 40 anos, já vinha apresentando pequena queda, porém, atualmente, tem se acentuado.
A automatização das lavouras e do parque industrial já não estão oferecendo mais opções de novos empregos e por isso os mais jovens, que pelo ensino gratuito, conseguem formação de alto nível, estão saindo do país. Mas, está faltando mão de obra para os serviços mais simples.
Aliás, sobre isso há a esperança que com a chegada de venezuelanos ao país, possa haver um certo desenvolvimento por surgir um tipo de mão de obra mais barata, que está em falta no país.
Ora. Num país de nível cultural mais elevado, onde todo o ensino é gratuito promovido pelo Estado e com a população diminuindo é lógico que os investimentos também diminuem pela falta de mão de obra não especializada até porque se o mínimo mensal equivalente a R$ 1.600, a cesta básica deles está cotada em R$ 1.300.
Para quem não sabe o que significa, posso garantir que assusta. Então, podemos afirmar que nossa população, apesar dos pesares, vive muito melhor que a deles.
Cito um simples exemplo: apavorados com o valor cobrado por uma refeição básica no almoço, partimos, para aliviar o jantar, para uma visita a um supermercado em Montevideo. Então, notamos a diferença desse custo de vida deles. Compramos algumas frutas e bebidas para consumo enquanto lá estávamos. Gastamos o equivalente a R$ 74,50.
Comparando ontem, em pesquisa no mercado, aqui, os mesmos produtos e quantidades se compra por R$ 32,11.
A economia deles é estável, principalmente, por ser um país pequeno com uma população total de pouco mais de 3 milhões de habitantes, com 1,3 milhão vivendo na capital. A população mais que dobra quando chega a época de férias de verão.
Então, meus amigos brasileiros, não vamos curtir ilusões quanto à situação de viver fora do Brasil para termos uma vida mais interessante do que aqui. Torçamos para que nosso país dê certo, e que se gerem mais empregos. Amemos nosso país.
Ah! Para levar os produtos comprados no mercado em Montevideo tivemos que pagar pela sacolinha plástica biodegradável: 4 pesos.

Renan Alberto Moroni

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