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O isolamento social continua importante

Me veio à lembrança, a declaração do Ministro da Economia, Paulo Guedes, quando em meados de março deste ano, após lançado o plano de emergência empresarial para evitar demissões de funcionários, quando afirmava que para a economia nacional seria muito mais interessante salvar uma grande empresa do que várias pequenas e médias empresas.
Concluo com isso, que, realmente, Brasília não conhece o Brasil e sua realidade cultural, financeira e produtiva. Não entendem que 10 ou 20 pequenas e médias empresas podem movimentar mais empregos que uma empresa grande onde seus funcionários efetivos são máquinas e robôs.
Hoje, essas grandes empresas, após o ajuste econômico internacional, já estão exportando mais e até a própria bolsa de valores que trata dos investimentos nelas estão muito próximas de 100 mil pontos, enquanto que no auge da economia brasileira, mal chegaram a 120 mil pontos.
Então, senhor Ministro, as grandes empresas precisavam de apoio do governo para não fecharem suas portas? Certamente não. Entretanto, as pequenas e médias empresas estão fechando. Esperavam pelo auxílio governamental para manterem, pelo menos, parte dos seus funcionários, mas sem o auxílio muitos não suportaram e dificilmente reabrirão suas portas.
O Governo Federal e Federação de Bancos afirmam terem liberados muitos bilhões de reais dentro desse projeto do governo. Porém, quem realmente precisava não viu a cor do dinheiro do projeto, muitos enfrentaram problemas de cadastro ou até de inadimplência recente por não estarem mais faturando. Ocorreu o mesmo com as pessoas físicas. As que realmente estavam dependendo do auxílio emergencial ficaram à mercê da sorte, porque seus cadastros estavam comprometidos enquanto outros, sem precisarem e por terem mais condições de manejar um aparelho eletrônico mais moderno obtiveram o benefício.
Não foi surpresa, que os bancos particulares, principalmente, ao receberem recursos para investir no projeto de auxílio às pequenas e médias empresas com juros subsidiados procurassem primeiro seus bons clientes, ou seja: aqueles que não precisavam do dinheiro. Mas assanhados pelos juros baixíssimos, agiram como as pessoas físicas e também grande abocanharam todo o dinheiro disponível. As que realmente precisavam não receberam nada.
Em todo esse processo, faltou bom senso e conhecimento, dos governantes, da realidade brasileira. O que deveria ter sido feito seria a liberação de valores fixos como 5, 10, 20, 50, ou 100 mil com aval do próprio governo por possíveis inadimplências. Agora, minha gente, qualquer atitude nessa linha de pensamento não adianta mais porque esses pequenos e médios empresários dificilmente poderão retomar seus negócios, e, novamente os mais ‘vivos’ abocanharão todos os recursos e efetivamente não devolverão nada depois, acumulando ainda mais prejuízo ao Erário Público.
Quanto à Covid-19: o atestado positivo atribuído ao nosso presidente certamente poderá ser pano para mangas dos políticos de oposição, principalmente, no que tange ao seu comportamento público. Porém, não deve servir para que possam desejar que algo pior lhe aconteça. Certamente sairá dessas, pois a vacina já está por ser lançada. Agora, deve servir de exemplo a todos os cidadãos que de qualquer forma desrespeitaram as normas de conduta implantadas pela Organização Mundial da Saúde. O isolamento social continua sendo importante.

Renan Alberto Moroni

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