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Reclamações

“Minha esposa não comprou o creme dental que eu lhe pedi. Meu colega de trabalho não me deu bom dia hoje pela manhã. Está chovendo muito. Está muito quente. Está muito frio, insuportável”. E assim, seguem as queixas diárias. Muitas vezes são tantas e de tantos modos que até nos acostumamos com elas. As reclamações fazem parte do nosso viver. Não há quem não reclame de alguma coisa, em algum momento do dia. É um hábito tão cotidiano, que quando se vê, já foi feita uma reclamaçãozinha daqui, outra dali.

Ok! Faz parte da nossa condição humana. Mas, tudo tem um limite. As pessoas não querem ficar com a energia negativa de quem passa o tempo todo reclamando. E as reclamações são contagiosas e fazem mal ao cérebro, contaminando os aspectos físicos e mentais, tanto para quem reclama, quanto para quem ouve as reclamações. Isso ocorre porque as sinapses que nós temos mais fortalecidas em nosso cérebro definem nossa personalidade, ou seja, somos determinados por aquilo que nós pensamos. Aqueles pensamentos que estão dentro da nossa cabeça reforçam os nossos neurônios, através das repetições de pensamentos. Reclamar é um hábito, mas que pode ser mudado, uma vez que nosso cérebro demora 21 dias para entender o que é um hábito e se tornar uma rotina. Portanto, refazer a maneira como pensamos a respeito do mundo e das coisas é fundamental. Substituir gradativamente pensamentos negativos por pensamentos positivos e otimistas podem gerar resultados satisfatórios na vida como um todo.

O hábito de reclamar pode trazer doenças, problemas e solidão, pois as pessoas tendem a afastar-se, como um mecanismo de defesa e de sobrevivência. Reclamar é uma válvula de escape, uma maneira de aliviar a tensão e as dificuldades de se lidar com as situações. Mas, com frequência isso acaba tendo efeitos negativos.

A ideia nunca é ignorar as emoções desconfortáveis, mas sim, trabalhar com elas, entendê-las, compreendê-las e assimilá-las. É importante prestar atenção nas próprias emoções, colocando-se como um observador atento. Afinal, muitas vezes, age-se no impulso para aliviar o que incomoda. Contudo, reclamar é diferente do ato de buscar um apoio, um ombro amigo. O ato de reclamar se torna negativo quando em excesso e recorrente, conduzindo o cérebro a se tornar o centro da problemática pessimista.

Portanto, é preciso procurar ver o lado bom das coisas, mesmo quando não estão dando certo. O otimismo e o bom humor ajudam a superar os problemas e, de quebra, deixam seu cérebro mais feliz e seu organismo mais saudável.

As pessoas não querem ficar com a energia negativa de quem passa o tempo todo reclamando

Rosângela da Costa

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