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Bicho Feliz pausa ações de resgate

Redação O Garibaldense 24/09/2018
Apesar de paralisar os resgates, SPA Bicho Feliz mantém cuidados com os animais já sob custódia / André Moreira

Atuando em Garibaldi há seis anos, a Sociedade Protetora dos Animais Bicho Feliz (SPA Bicho Feliz) vive o ponto mais crítico de sua história. A ONG emitiu nota no dia 11 de setembro, em sua página no Facebook, comunicando que as atividades de resgate estão interrompidas por tempo indeterminado. O Jornal O Garibaldense entrou em contato com a presidente da SPA Bicho Feliz, Luana Meneghetti, para entender a situação.

Além do acolhimento aos animais abandonados, a ONG realizava o resgate em situações de maus tratos, protegendo o animal e adequando seu quadro médico para adoção, com vacinação e castração. A Bicho Feliz tinha, ainda, o objetivo de conscientizar a comunidade em torno do cuidado com os animais. Porém, nos últimos meses, como lamenta a própria presidente Luana, a situação tornou-se insustentável.

“Os voluntários tem sofrido ameaças graves por parte dos denunciados. Além disso, há um grande descaso por parte de alguns, que confundem voluntariado com obrigação. Animais são largados em nossa porta a todo momento como se fossem itens de descarte”, desabafa ela. “De momento, por não haver mais espaço para acolher cães e gatos, pela dificuldade financeira que enfrentamos e pela imensa pressão psicológica, resolvemos encerrar as atividades da página do Facebook, de resgate e denúncias”, explica.

Atualmente, a SPA Bicho Feliz cuida de 40 cães em canil (lotação máxima), 13 em lar temporário e em torno de 20 gatos. Segundo dados da própria ONG, são necessários cerca de 500kg de ração por mês para alimentar os animais. “Já houve meses que nosso gasto foi de R$ 15 mil, entre aluguel, manutenção do canil e gatil e veterinário”, revela a presidente.

Apesar da crise, a SPA Bicho Feliz paralisou apenas as atividades de resgate, mantendo, enquanto for possível, os cuidados com os animais já sob custódia.

Recursos - Atualmente, a única renda fixa da SPA Bicho Feliz provém de doações, lucro do brechó, dinheiro arrecadado com eventos organizados pela entidade e cofrinhos espalhados pela cidade. Até o ano passado, a ONG recebia recursos financeiros municipais, por meio de edital, mas uma mudança na Lei Federal 13.019/2014 fez com que o repasse fosse suspenso.

O Jornal O Garibaldense entrou em contato com a Prefeitura para entender o porquê da suspensão. “No momento, o município não está destinando recursos à SPA Bicho Feliz, pois depende da adequação da entidade frente aos requisitos que a Lei impõe. A entidade já foi orientada para que procure seu setor jurídico e de contabilidade para a adequação à Lei”, manifestou-se a Administração por meio de nota.

Segundo Luana, a situação “não é culpa nem de um lado, nem do outro”. A presidente destaca que as adequações já foram realizadas e a entidade aguarda retorno do cartório. Após, a tendência é de que a SPA Bicho Feliz volte a receber recursos da Prefeitura mensalmente.

“Dinheiro ajuda muito, mas não é essencial. Precisamos de pessoas com mais atitude, mais responsabilidade. Não ganhamos pra fazer o que fazemos. Tanta incompreensão traz esgotamento físico e emocional”, conclui a presidente.

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