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Greve afeta serviços na cidade

Redação O Garibaldense 30/05/2018
Além da falta de combustível, diversos setores garibaldenses lidam com os reflexos da paralisação, sem previsão de normalização | Fotos: Milena Schäfer

Ruas silenciosas, com trânsito reduzido pela falta de combustível nos postos de gasolina, são apenas a representação de um dos reflexos da paralisação dos motoristas de caminhão, iniciada na semana passada, a nível nacional. Deflagrada na cidade na última quinta-feira, 24, a greve tem, aos poucos, afetado de diversas formas a rotina dos garibaldenses, impactando o dia a dia da comunidade. O jornal O Garibaldense realizou um levantamento para identificar a situação dos serviços básicos que sofreram alterações e a projeção para os próximos dias.

 

Abastecimento de água

A Companhia Riograndense de Saneamento - Corsan, por meio Unidade de Saneamento de Garibaldi, comunicou, ainda na sexta-feira, dia 25, que, até o final desta semana, poderia ter falta de produtos para o tratamento de água na cidade. Até ontem, a unidade local e de Bento Gonçalves ainda aguardavam uma carga com os produtos que deverá chegar sob escolta do Exército ou da Brigada Militar. De acordo com Rogério da Rosa, responsável pela unidade local, ainda há tratamento para o abastecimento dos próximos dias, porém é importante que a comunidade colabore com o consumo racionado de água. Distribuidoras da cidade que fornecem água mineral em galões, registraram falta de estoque ainda no sábado, pela manhã. Ainda não há previsão de reposição.

 

Falta de gás afeta alimentação

A semana iniciou com o fim do fornecimento de gás na cidade. Distribuidoras locais não estão tendo reposição dos estoques e, além dos consumidores residenciais, restaurantes e até mesmo escolas estão sendo impactados pela falta do produto. A partir de hoje, restaurantes da cidade podem começar a fechar as portas devido à impossibilidade do preparo de alimentos. Em um dos restaurantes procurados pela redação do OG, o proprietário declarou que cargas de alimentos que viriam de fora foram substituídas por compras locais e, mesmo que haja falta de alguns itens do cardápio, como legumes, verduras e carnes, a maior preocupação realmente está na falta de gás. “Nós ainda temos para alguns dias, mas se a greve continuar, teremos que fechar as portas”, afirmou o empresário.

Retorno pode demorar - Ainda na manhã de segunda-feira, 28, uma das principais distribuidoras de gás da cidade vendeu suas últimas unidades do estoque. A falta, que começou com os botijões maiores, encerrou com o tradicional botijão de cozinha, P13. De acordo com o proprietário, mesmo com o fim imediato da greve, ainda serão necessários cerca de cinco dias para a reposição do estoque, tendo em vista a prioridade normalmente dada às cidades maiores.

Supermercados tranquilizam consumidores

Desde o início da semana, o consumidor que frequentou os supermercados da cidade pôde perceber a falta imediata de produtos mais “frescos” e perecíveis. Apesar da redução no fornecimento de alguns alimentos, como o leite e a carne, os supermercadistas afirmam que não haverá falta de comida nas próximas semanas. A afirmação é do presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, que busca tranquilizar os consumidores com relação aos estoques das lojas do segmento. "Se a paralisação dos caminhoneiros perdurar, faltarão produtos pontuais, mas o desabastecimento completo não ocorrerá. Os consumidores seguirão encontrando produtos alimentícios, bebidas e itens de higiene e limpeza nos supermercados, a menos que a greve se estenda por muitas semanas. O Estado possui 4,4 mil supermercados e, se o cliente não encontrar algo em uma loja, poderá encontrar este mesmo item em outro ponto de venda", afirma.

O presidente da Associação destaca a gravidade da paralisação, mas garante que a preocupação do setor supermercadista não é com o desabastecimento das gôndolas. "Há situações muito mais preocupantes, como a impossibilidade do deslocamento das pessoas e os problemas relacionados à saúde pública, com a falta de medicamentos e de tubos de oxigênio nos hospitais. Comida não vai faltar", garante Longo. Segundo o supermercadista, o consumidor está acostumado a migrar de produtos para economizar, e saberá compor sua cesta de compras com os produtos disponíveis nos supermercados. "Se faltar pão, o cliente migra para um biscoito. Se faltar requeijão, migra para a margarina, e assim por diante. Não há motivo para pânico", exemplifica.

 

Saúde sem alterações

De acordo com nota da Prefeitura de Garibaldi, diversos serviços que demandam veículos da frota municipal estão suspensos devido à falta de combustível, entretanto, os veículos de atendimento à saúde foram tiveram abastecimento priorizado e não sofrerão alterações. A administração do Hospital Beneficente São Pedro – HBSP também afirmou que os atendimentos em saúde estão normais na cidade, pois não há falta de material médico e outros itens necessários aos tratamentos. Redes de farmácia da cidade também estão recebendo normalmente os medicamentos, por isso, até a tarde de ontem, não havia sido registrada nenhuma falta na cidade.

 

Aulas e transporte suspensos

A falta de gás para preparação da merenda, e a dificuldade de deslocamento dos profissionais até as escolas, pela falta de combustível, motivou a Secretaria Municipal de Educação a optar pela suspensão de aulas nas escolas de Educação Infantil e Ensino Fundamental da rede municipal. A suspensão inicia nesta segunda-feira, dia 4, por tempo indeterminado. O retorno das atividades será informado pelos veículos de comunicação locais e site da Prefeitura.

Na rede estadual de ensino, cada escola determinará suas medidas, de acordo com orientações da Secretaria Estadual de Educação e 16ª Coordenadoria Regional de Educação. O transporte escolar, fornecido pela Prefeitura para a rede municipal e estadual, estará suspenso em todas as rotas.

Transporte universitário – Nesta semana, diversas empresas pararam de fornecer o transporte aos estudantes de universidades e cursos técnicos fora da cidade, devido à falta de combustível. Os problemas de deslocamento motivaram algumas instituições a suspenderem as aulas por tempo indeterminado. O transporte para cursos técnicos e universitários está suspenso para esta sexta-feira, dia 1º, em todos turnos, e para a manhã de segunda-feira, dia 4, quando será avaliada a situação para os turnos seguintes, de acordo com a retomada das aulas pelas instituições.

 

Serviço urbano e interurbano continua

A Prefeitura de Garibaldi anunciou que o transporte coletivo urbano deve ser realizado normalmente pela empresa Santo Antônio na próxima segunda-feira, dia 4. Da mesma forma, na Rodoviária, a informação obtida é de que há alterações de horários, diariamente, com cancelamento de algumas linhas, porém todos os destinos permanecem (exceto a linha Carlos Barbosa – Teutônia). O ideal é que o passageiro busque a informação junto aos guichês da Rodoviária, no dia de sua viagem.

Coleta de resíduos - Por conta dos bloqueios e paralisações no entorno do município, a coleta de resíduos urbanos está sendo afetada. Pontos isolados onde a empresa Biasotto não consegue acessar devem ter os resíduos recolhidos assim que o tráfego estiver normalizado. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente solicita à comunidade que reduza a quantidade de resíduos produzidos, pois os depósitos da Biasotto já ultrapassaram 80% de sua capacidade.

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