Pediu desculpas, mas não evitou embaraço

O suplente de vereador do MDB na Câmara, Irineu Agostinho Krindges, o Sambinha, até tentou amenizar as próprias críticas que fez, da tribuna, na sessão ainda do dia 3, porém, não evitou a polêmica em torno das declarações que atingiu diretamente os servidores públicos do município. Mesmo com o pedido de desculpas, feito também da tribuna, na sessão desta segunda-feira, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Garibaldi (SSPMG) divulgou nota de repúdio ao que disse o suplente.
Krindges pediu para que o prefeito Antonio Cettolin não nomeie mais nenhum funcionário público para os próximos dois anos, com exceção, de quem prestou e passou em concursos públicos. Ele justificou o pedido em razão do Fundo Previdenciário do Servidor, o Funpres, que segundo ele, futuramente não terá mais condições de garantir os rendimentos dos servidores inativos. Ainda de acordo com Sambinha, a contratação de mais funcionários públicos comprometeria a manutenção do Fundo.
“Não é só no município de Garibaldi, acho que é no estado e no país... Quem está ‘lascando’ com esse país inteiro, não é aqueles funcionários públicos concursados que vão lá, trabalhar, mas tem vagabundagem por tudo. Que vão me desculpar os funcionários públicos, tem os bons e tem os ruins”, disse Sambinha, na sessão do dia 3.
Na nota do SSPMG, a presidente Eloisa Missiaggia Eccker diz que o fato, por si só, é dos mais graves da história de Garibaldi. “O Vereador assumiu a vaga na Câmara na condição de representante do Executivo e do atual governo, onde exercia cargos nos mais elevados escalões, incluindo o de Secretário Municipal”, lembrou Elosia.
“Garibaldi, como muitas outras cidades, vem sofrendo os efeitos que assolam o país desde meados de 2015, e por conta disto, não tem fomentado novos concursos, novas nomeações de Servidores, ou quando faz, em número reduzido, sequer para simples reposição dos que se aposentam ou mudam de atividade. Pretende ele implantar modelo de terceirização total dos serviços? Contratação de mais Cargos em Comissão? Como pretende dispor de trabalhadores qualificados para atender as demandas da comunidade?”, questiona na nota.
Sobre o Funpres, Eloisa entende que nesse contexto de penúria financeira, é preocupação dos servidores públicos a saúde econômica do Fundo. “É ele que paga os vencimentos dos aposentados e pensionistas. Ocorre que, diferentemente do que o vereador Irineu Krindges diz, não será com o “congelamento” de contratações de servidores públicos que melhorará a saúde financeira do Funpres, pelo contrário, pois se não houver quem contribua, de onde sairá o dinheiro para saldar a conta com os aposentados e pensionistas?”, ressalta.
“A opinião do vereador se mostra equivocada, desprovida de elementos técnicos e demonstra que o despreparo e falta de conhecimento. Por fim, e ainda mais grave, generalizar chamando os servidores municipais de “vagabundos” é impensável e inaceitável. Se existem indivíduos que não estão cumprindo com suas tarefas a contento, que sejam investigados e suas responsabilidades apuradas”, finaliza Elosia.
Nessa semana, Sambinha, além do pedido de desculpas, também disse que foi mal compreendido. “Tenho muito orgulho de ao longo de décadas, ter convivido e trabalhado lado a lado de servidores públicos. Sempre me dediquei em atender a todos quando solicitado. Não foi minha intenção constranger quem quer que seja, porque conheço a maioria dos servidores e quanto é importante o seu trabalho e o esforço, mesmo em setores onde a equipe é reduzida. A responsabilidade me obriga, diante da magnitude do assunto, no momento em que se enfatiza o equilíbrio fiscal do orçamento, uma análise enfocando a importância da manutenção, no caso específico, do fundo dos servidores públicos”, se referiu.