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No século passado, Joan Robinson, renomado economista, afirmava que “a economia sempre foi, em parte, um veículo para a ideologia dominante na época, bem como um método de investigação científica”.
Nos tempos atuais, adaptando as reflexões de Robinson, nós, economistas, às vezes, ficamos imersos em nossas teorias e opiniões sem ouvir adequadamente quem nos ouve. Porém, as bases que sempre debatemos. Primeiro: a pobreza deve ser combatida com ampla política de transferência de renda. Veio o Bolsa Família e o Auxílio emergencial que fazem parte desta distribuição de renda.
Segundo: É preciso diminuir as desigualdades baseadas em injustiças, sobretudo, no sistema tributário. Vem aí uma reforma tributária que retirará mais de 40 bilhões da classe média para os cofres públicos. A reforma proposta para o Imposto de Renda prejudicará ainda mais os contribuintes mais pobres e assalariados. Os mais ricos certamente voltarão a fazer a distribuição disfarçada dos lucros das suas empresas.
Terceiro: o Governo tem que ter plano de investimentos e desenvolvimento. Ao contrário, a economia vai continuar patinando ou se concentrando em mãos de poucas pessoas (investidores). Os investimentos são melhorias e obras para auxiliar no desenvolvimento e não contratação de novos funcionários.
Quarto: voltando ao caso da desigualdade e visualizando, principalmente, a Despesa Pública, o governo deve programar uma redução da despesa pública em favor de castas privilegiadas. Por isso, tem que acabar com regalias, especialmente, do poder judiciário e das forças armadas daqui para a frente (é o caso das filhas solteiras de militares e das altas verbas transferidas para o poder judiciário, sem contar com o grande número de CCs dos poderes executivo e Legislativo).
E quinto: considerar que empresa estatal não é vaca sagrada, nem praga a ser extinta. Existem estatais que podem ser privatizadas porque podem ser feitas pelo mercado (como foi a telefonia nacional, podem ser as de energia elétrica, fornecimento de água, estradas etc.), porém, sob regulação do governo. Enquanto outras, (previdência Social, atendimento à saúde) para as classes sociais mais pobres deve ser mantida sob a custódia do Estado.
Cumpridas essas formalidades, certamente, estabelecem-se formas de crescimento sustentado. Não serão CPIs casuístas e com fins eleitoreiros que resolverão problemas e nem políticas de direita e esquerda que provocarão o crescimento do país.
O Brasil tem que abrir mais espaço à ciência para que nossas empresas possam decolar, como é o caso da produção de Grafeno (um dos materiais compostos de carbono) material 100 vezes mais forte que o aço e, como afirma a propaganda do Bombril, tem mil e uma utilidades.
O futuro é agora. O Brasil não precisa de reforma Tributária agora, precisa mais de uma reforma Administrativa para diminuir gastos. Sabe-se que reforma Tributária, na situação atual, só serve para aumentar a arrecadação de impostos.
Só, por favor, não misturem gastos com investimentos. Investimentos só se faz com superávit.