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Os danos da inflação para os mais pobres

As grandes manchetes da semana estão voltadas para a volta do Talibã ao Afeganistão depois de 20 anos fora do poder. Para que o auxílio militar americano se não conseguiu contentar o povo de lá que resolveu voltar ao passado. Afinal, quem prega a democracia tem que aprender também a respeitá-la.
Por isso, caberá apenas à ONU controlar o novo governo Talibã, para que se restrinja ao governo do Afeganistão e não reinicie a guerra terrorista de 20 anos atrás.
Se as garantias civis e de convivência que foram dadas por eles à população interna e aos adidos de embaixadas, nada a temer.
A volta às compras tão comentada na semana, do Dia dos Pais, incrementou um pouco as vendas no comércio. Porém, não chegou a atingir o esperado. Os preços não estão ajudando muito, tudo está caro demais, principalmente, porque os aumentos de transportes e alugueis vêm assustando os comerciantes e impulsionando os preços para cima.
Vejamos os combustíveis. O litro de gasolina comum já se aproxima dos R$ 7. E dos demais combustíveis, como diesel, gás, querosene, etc. também. Pela gasolina em si é só economizar um pouco que vai, porém quando se trata de óleo diesel e o gás, o seu custo ascendente atingirá diretamente o preço dos produtos, o que faz com que o consumidor perca seu poder de compra.
O mesmo está acontecendo com o turismo. As cidades turísticas tem recebido intensa movimentação de pessoas, principalmente, em fins de semana. Entretanto, o faturamento das lojas nessas cidades não é proporcional ao movimento de turistas.
Normalmente a movimentação turística está fazendo uma espécie de bate e volta porque esses turistas já levam o dinheiro contadinho para o passeio abandonando completamente aquele hábito pré pandemia de lotar lojas e arrematar o tinha para vender. O incentivo ao turismo são as novas atrações apresentadas e os novos parques temáticos criados ou atualizados. O que falta é renda nova, isto é: mais dinheiro no bolso do turista. A renda antiga o dragão comeu.
Por falar em dragão, é sabido que a inflação está de volta com uma incrível voracidade. O sinal é quando vemos pelo comércio: “promoção: preço x em dinheiro ou no débito”. Não consigo identificar se a causa é a demora no repasse do dinheiro pelas administradoras de cartão ou se os juros e taxas subiram demais espantando os comerciantes.
Lembro ainda das explicações do governo federal sobre o aumento no final do ano passado nos gêneros alimentícios básicos (arroz, feijão, óleo de soja, carne de frango, gado e porco) afirmando que era um bolsão do mercado, mas, que com a nova safra, todos os preços retornariam ao normal. Nada de reduções aconteceram e, pior, os preços continuam aumentando.
A inflação geral do Brasil deverá ultrapassar os 7,5% neste ano. Quando falo em inflação geral digo a média de aumento de todos os produtos aqui comercializados. Mas, na verdade, a inflação no bolso dos mais pobres, certamente ultrapassará os 30%. Como o reajuste do salário mínimo é calculado pela inflação geral logo lembraremos do Professor Raimundo: “E o salário? Ó!”.

Renan Alberto Moroni

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