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Nesta etapa que representa o tempo final de entrega das declarações dos rendimentos para o Imposto de Renda, vale à pena também aliviar um pouco a atenção e diminuir a tensão reinante entre os que fazem e os que precisam fazer. Tá difícil.
Parece que mesmo com a evolução dos tempos, os contribuintes ainda não se deram conta que é muito mais fácil se livrar do problema no início do prazo do que esperar pelos últimos dias. Às vezes, o ônus desses últimos dias está na falta de algum documento que impede a entrega da Declaração, o que pode repercutir em “cair na malha”. E daí?
Passada a sessão desabafo, estamos observando uma economia estável, não por estar estável em si, e sim, porque já estão assumindo grande importância outras situações de desespero que têm incidido em suicídios e chacinas familiares. Não estou atrasado na notícia, não. Por questão de ética, a imprensa apenas deixou de divulgar novos casos.
O resultado é a pressão que o mercado financeiro tem feito sobre o Estado para que a Previdência aumentasse os limites sobre os ganhos do cidadão para a liberação de mais empréstimos consignados. A população que pode obter esse tipo de financiamento chegou ao seu limite e já entra em regime de fome.
Imaginem quem ganha um salário mínimo mensal e compromete 35% desse valor em empréstimo consignado. Lhe restará, por mês, a importância líquida de pouco mais de R$ 780. O diabo é que esse rendimento constitui o salário de aproximadamente 75% da população brasileira que deve pagar contas de luz, água, aluguel e alimentar-se. Essa situação representa o legado de uma política de mercado pela falta de legislação apropriada que a regulamente.
Uma política de mercado é uma verdadeira alavanca de progresso, porém, não pode ser a responsável pelo estado de extrema pobreza de uma população. Nos falta, principalmente, uma política de estoques reguladores.
Por falar em política, o que observamos são duas frentes tentando colocar seus representantes lá, em Brasília. Uma, de extrema direita, que representa o mercado, buscando a reeleição. A outra, que quer a volta das políticas sociais e protecionista que tivemos até poucos anos e que ocasionou muitos rombos ao tesouro.
A opção poderia ser uma terceira força, moderadora entre os dois extremos, com uma equipe de competência comprovada capacidade administrativa, capaz de levar adiante um bom projeto sustentável para o país. Contudo, essa terceira força parece não ter força suficiente para cativar os eleitores brasileiros em favor de uma real mudança.
Até parece a disputa do campeonato Gaúcho de futebol onde os clubes de menor potencial, que a dupla Grenal, até fazem frente a Grêmio e Inter esporadicamente e em confrontos diretos.
Depois, no decorrer do certame, acabam se mutilando entre si e impedem que uma terceira força se sobressaia.
Na política, não é diferente. Por orgulho pessoal de alguns candidatos prévios, que se consideram “os bambam-bam” da política nacional, essa terceira força esvai-se entre os dedos da esperança dos brasileiros por dias melhores.