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Sem mais pressão para a poupança

A notícia mais feliz para o mercado nos últimos tempos tem sido a estabilização em alta da cotação do dólar dos Estados Unidos.
Com cotação superior a R$ 4,20, o comércio exterior se tornou um atrativo muito grande aos exportadores sejam eles agropecuaristas, comerciantes, e principalmente, dos agropecuaristas.
Logicamente e principalmente na agropecuária, por questões de concorrência internacional e as disputas do mercado entre Estados Unidos e China, tem favorecido imensamente a exportação de grãos e carnes, não desprezando, é claro, outros produtos industrializados.
Como os negócios brasileiros têm custos em reais e não em dólares, quanto maior o valor do dólar, maior será o lucro dos exportadores além de poderem negociar com preços ainda menores daqueles praticados com o dólar em baixa.
Isso aliás, está tirando o sono do presidente norte americano a ponto de ele estar planejando retaliar o Brasil, sobretaxando as importações de aço e alumínio.
Em princípio e, graças a grandes projetos desenvolvidos no aqui no país via Embrapa, Emater e outros órgãos de pesquisa, o Brasil está com um grau de produtividade muito acima de outros países mesmo sendo eles de primeiro mundo.
Por isso, mesmo com grandes problemas que o país enfrenta graças à matriz de transporte ser rodoviário, que é o mais caro que existe, e ainda enfrentar a má conservação das estradas que encarecem muito o escoamento da produção, o Brasil consegue oferecer seus produtos com preços mais melhores do que outros países.
Entretanto, como a exportação está em alta, internamente nós temos, ao contrário dos países que importam de nós, os preços da carne e derivados de grãos mais caros porque têm preços equiparados aos de exportação. Então certamente nos festejos de natal e final de ano teremos menos carne e mais maionese à mesa.
Essa prática comercial do mercado, apesar do choro de Trump, não deve preocupar demais o governo brasileiro porque o ele faz o que pode. A bem da verdade não parou de vender parte das suas reservas sempre que há ameaça de valorização exagerada da moeda norte americana para impedir alta desgovernada da sua cotação.
Por isso, qualquer medida dos americanos, logo terão respostas do mercado internacional e não só do Brasil.
A pressão do mercado também está mudando o rumo dos valores que serão pagos até o dia 20 deste mês a título de 13º salário.
Nos anos anteriores próximos, havia muitos economistas falando em rádio e TV, incentivando ou oferecendo investimentos para os assalariados.
Neste ano, porém, parece que o dinheiro anda mesmo escasso e ninguém está jogando dinheiro no ralo propagandeando melhores rendimentos nesse ou naquele investimento.
O que estamos notando é que neste ano não está havendo sequer muita pressão para que as pessoas guardem dinheiro na poupança.
O mercado quer consumo mesmo. A poupança não rende nada para eles, porque com a taxa Selic em baixa, os rendimentos dos reinvestimentos em títulos da dívida pública ficam muito abaixo do rendimento que os bancos obtêm financiando produtos e ou automóveis comprados a prazo. Basta ver que todas as lojas de departamento já possuem um banco próprio.

Renan Alberto Moroni

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