(54) 3462 6033
Algumas semanas atrás fui convidada para montar um encontro para conversar com os pais dos alunos de uma escola sobre a necessidade de desenvolver a autonomia nas crianças. Adorei o convite pois considero muito importante poder ajudar pais e responsáveis na, nem sempre fácil, tarefa de educar.
No desejo de proteger, cada vez mais estamos criando nossos filhos de forma dependente, sem iniciativa e com dificuldade de lidar com a frustração. Por medo, os adultos acabam fantasiando situações que podem ou não acontecer com a criança, e, a partir disso, antecipam medidas protetivas para evitar que ela passe por um momento difícil na vida. É importante que elas vivenciem seus conflitos e desafios para tentar encontrar suas próprias soluções.
Dar liberdade e autonomia significa tolerar um pouco de incerteza em troca de ensinar as habilidades que os pequenos precisam para se tornarem mais confiantes. Deixar a criança livre para acertar e errar, é uma forma de ensiná-la a ser capaz de resolver seus próprios conflitos. Enquanto ela tenta descobrir a resposta ou solucionar um desafio, pode ser que cometa alguns erros, por isso é importante não rir e não criticar, mas demonstrar respeito a essas tentativas, assim saberão que acreditamos em suas capacidades.
Um ambiente favorável ao desenvolvimento saudável é aquele que permite que a criança exerça suas competências explorando novas habilidades.
Claro que é papel do adulto oferecer segurança e proteção, mas é preciso diferenciar as situações e entender que existem contextos em que os pequenos podem e devem encarar algumas situações de maneira mais independente, onde os pais apenas acompanhem.
Encorajá-los, oferecendo apoio para avançar no seu desenvolvimento, é muito mais saudável do que remover os obstáculos e entregar tudo pronto. Só assim as crianças poderão se desenvolver de maneira autoconfiante o suficiente para poder lidar com situações da vida, sem um nível de ansiedade exagerado que o paralise diante de circunstâncias adversas.
Para ajudar nisso, lembrem que é possível incluí-los nas tarefas de casa, como por exemplo, ajudar arrumar a mesa, cuidar de plantas ou animais de estimação, assim como a guardar objetos, tudo dentro de suas limitações e de acordo com a faixa etária. Sempre que possível, deixe que experimentem uma nova tarefa, assim estimulamos a autonomia, a autoconfiança e até mesmo a autoestima, mostrando que são capazes.