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Não é somente o coronavírus que tem deixado a saúde em alerta, em Garibaldi. O município tem bairros com infestação de Aedes Aegypti, mosquito que transmite dengue, chikungunya e zika. De janeiro a março, foram colhidas 55 amostras positivas, mas não há pessoas doentes. Os lugares mais afetados são alguns pontos dos bairros Tamandaré, Três Lagoas e Chácaras, e principalmente, no São Francisco.
No bairro São Francisco há muita incidência entre a Unidade Básica de Saúde (UBS) e o Samu. “Fizemos um trabalho dentro do parque que existe ali, não encontramos nada, mas nos ralos foram encontrados e fizemos o ‘bloqueio’ onde encontramos positivados”, destaca o coordenador da Vigilância Sanitária no município, Carlos Veiga. Ele relata que no Chácaras há uma comunidade bem afetada. “De reciclagem, onde as pessoas trabalham. Tem oito residências, onde foram capturadas larvas do Aedes e voltamos lá para fazer o bloqueio. Eles comprometeram-se em ajudar a combater o inseto”, explica Veiga.
Ele diz também que mais amostras foram enviadas ao Laboratório Lacen, em Porto Alegre, mas que ainda não retornou com as respostas. “E estamos aqui com mais amostras coletadas, não enviamos ainda para não dar gargalo lá no laboratório, e eles tiveram problema de Covid com uma das analistas, o que ficou ainda mais demorado”.
A Vigilância Sanitária está trabalhando com os resultados que já recebeu, explica o coordenador. “Fizemos uma nova varredura e um ‘bloqueio’ em loco nas residências onde foram positivadas, num raio de 300 metros em círculo e vistoriamos”, argumenta.
Ele destaca, ainda, que as ‘vilãs’ são as caixas d’água que recolhem da chuva. “As pessoas põem a tampa, mas só isso não resolve, precisa colocar a tela antes, e depois amarrar bem em volta, aí colocar a tampa por cima”, explica o agente sanitário. Na semana passada, a Vigilância recebeu a visita dos responsáveis pelos trabalhos da 5ª Coordenadoria Regional, de Caxias do Sul, que prometeram a liberação de um produto chamado Fludora, para aplicar nos cemitérios.
Ao conceder entrevista ao O Garibaldense, Carlos Veiga retornava de uma diligência para verificar uma denúncia, que o órgão recebe regularmente. “Quando recebemos a ligação, imediatamente vamos atender por se tratar de um caso de saúde pública, não deixamos para amanhã. Coletamos as amostras e já fazemos o bloqueio imediato. Conversamos, orientamos quais os procedimentos que as pessoas devem tomar com relação aos cuidados, evitar água em recipientes que possa se tornar um possível criadouro”, diz.
De posse dos resultados, a equipe retorna ao local quando der positivo. “Voltamos a conversar com os moradores e deve se destacar que somos bem atendidos, há algumas exceções, porque algumas pessoas não acreditam que um mosquito possa fazer tamanho mal, mas quem já teve ou acompanhou o tratamento de uma pessoa infectada sabe da gravidade do problema; a dengue pode matar também”, alerta. Em média são recebidas três denúncias por dia. Veiga relata que a equipe da Vigilância trabalha com seis servidores. “Estamos nos equipando para esse enfrentamento com a secretária municipal de Saúde, Clarisse Lagunaz, que nos deu todo o respaldo possível para enfrentar a situação”.
Ele afirma que a situação é crítica. “Os técnicos de Caxias nos disseram que somos o município que mais dá trabalho para eles, até mais que Caxias. A população precisa colaborar, cuidar das caixas d’água, tampar direitinho e se tiver dúvidas nos chamar, estamos à disposição pelo 3462-8270, é só ligar que vamos imediatamente ao local e se tiver alguém em isolamento devido à Covid-19, nos comuniquem para tomarmos os devidos cuidados”.
Veiga trabalha na área há nove anos. “Comecei em Carlos Barbosa numa época que era bem mais tranquilo, não existiam focos e agora é bem assustador, temos que trabalhar sério para conter esse avanço”, reforça. A Vigilância está desenvolvendo outro projeto, o combate ao Borrachudo. Para isso está fazendo o mapeamento dos arroios no município.
Cuidados dentro de casas e apartamentos
- Tampe os tonéis e caixas d’água
- Mantenha as calhas sempre limpas
- Deixe garrafas sempre viradas com o bocal para baixo
- Mantenha lixeiras bem tampadas
- Deixe ralos limpos e ainda com a aplicação de tela
- Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia
- Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais
- Retire a água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa.
Cuidados em áreas externas de casas e condomínios
- Cubra e realize manutenção periódica de áreas de piscinas e de hidromassagem
- Limpe ralos e canaletas externas
- Atenção com bromélia, babosa e outras plantas que podem acumular água
- Deixe lonas usadas para cobrir objetos bem esticadas, para evitar formação de poças d’água
- Verifique instalações de salão de festas, banheiros e copa.