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“O inimigo da sociedade é o vírus e não o empresário, que gera renda, emprego e segue os protocolos de combate à Covid-19. O fechamento das empresas só provocou demissões e falência. Muitos não terão condições de se reestabelecer”.
A afirmação é do presidente da Câmara de Indústria e Comércio (CIC), de Garibaldi, Tobias Debiasi, que conversou com O Garibaldense sobre o momento atual que o mundo atravessa e os esforços para erradicar o vírus.
Ainda de acordo com o dirigente garibaldense, as restrições impostas às diversas atividades, durante boa parte do ano passado e repetidas desde o início de março deste ano, deverá ter, mais uma vez, um impacto nos resultados das empresas.
“Se por um lado, estão as dificuldades enfrentadas pelos segmentos afetados pelas fortes restrições, por outro, a carência e o alto custo de muitas matérias-primas impede que outros setores possam avançar, criando um paradoxo ameaçador”, entende Tobias Debiasi.
Para ele, ainda, um dos aprendizados que a pandemia trouxe foi que é preciso estar atento em tempo integral para não sofrer sobressaltos ainda maiores. “Aliada à atenção, a busca pela organização financeira, diminuição de custos e planejamento alinhado à realidade, são indispensáveis para se manter forte e competitivo”, sugere.
“Acredito que a grande lição que podemos tirar deste momento, que todo o planeta atravessa, é a necessidade de união, entendimento, resiliência, equilíbrio e tolerância”, acredita ele.
Abaixo, a entrevista exclusiva concedida ao O Garibaldense
Que avaliação é possível fazer neste momento sobre os efeitos da pandemia sobre as empresas?
Tobias Debiasi - As restrições impostas à diversas atividades, durante boa parte do ano passado e repetidas desde o início de março deste ano, deverá ter, mais uma vez, um impacto nos resultados das empresas, em especial os estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços que novamente foram obrigados a fecharem suas portas por longos períodos.
Se por um lado, estão as dificuldades enfrentadas pelos segmentos afetados pelas fortes restrições, por outro, a carência e o alto custo de muitas matérias-primas impede que outros setores possam avançar, criando um paradoxo ameaçador.
O que a CIC tem feito em prol dos associados nesses tempos?
Tobias - A CIC tem trabalhado diuturnamente para dar amplo suporte às empresas associadas. Nossa proximidade com as federações empresariais têm levado as demandas das empresas à mesa de negociação com o governo. Nosso papel representativo, nas mais diversas esferas, contribuiu para que pudéssemos fazer ouvir a voz do setor empresarial nas decisões do Governo. De maneira direta, a CIC disponibilizou suas assessorias nas áreas administrativa, jurídica, financeira e de comunicação para dar o suporte necessário para que as empresas se sentissem amparadas neste momento de incertezas.
Além do associado, nossa visão comunitária também amplia os nossos horizontes de atuação. Foi desta forma que, com a aprovação de nossa diretoria, fizemos o investimento que possibilitou a abertura de mais um leito de UTI no Hospital Beneficente São Pedro.
Qual é a avaliação da entidade sobre os protocolos emitidos pelo governo estadual que, por vezes, sacrificam empresários do município? Até que ponto a CIC concorda com essas restrições?
Tobias - Tanto a CIC, como a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), sempre compreenderam a gravidade desta pandemia. Acreditamos que não se trata da questão saúde versus economia. Ambas devem ter o mesmo olhar, que passa pelo comprometimento de todos para chegar a um denominador comum: a defesa da vida das pessoas e a sobrevivência das empresas. Sempre respeitamos as decisões e as determinações legais, mesmo, muitas vezes, não concordando com elas. Nossa atuação sempre foi com o objetivo de dar a possibilidade para que todos os setores pudessem manter suas atividades, com os devidos cuidados necessários.
Como está sendo gerir uma entidade de tamanha importância, como a CIC, neste momento conturbado na economia local e mundial também?
Tobias - Felizmente, a CIC é uma entidade sólida, que se aproxima de um século de história. Sua gestão possibilitou que pudéssemos manter os serviços que nossos associados necessitam, ao mesmo tempo que buscamos permanentemente opções de inovação e conexões para melhorar os resultados de nossa atuação. O inimigo da sociedade é o vírus e não o empresário, que gera renda, emprego e segue os protocolos de combate à Covid-19. O fechamento das empresas só provocou demissões e falência. Muitos não terão condições de se reestabelecer. Os desafios são muito grandes e nossa missão é manter o setor empresarial unido, oferecendo as soluções que estiverem ao nosso alcance para proporcionar melhores condições de trabalho para as empresas.
Independente da pandemia, quando isso tudo acabar, quais as novidades, objetivos da CIC no município?
Tobias - Penso que não se tem mais como criar estratégias ou ações independentes da pandemia. Ela deve fazer parte de nosso planejamento para que não tenhamos que sofrer ainda mais percalços. Estamos desenvolvendo diversas frentes, seja com nossa diretoria, assessoria, colaboradores ou consultores externos, para avançar em iniciativas que se encaixem na nossa realidade e nas demandas das empresas associadas. Muitas delas já estão sendo colocadas em prática, principalmente, por meio on-line, com focos específicos em cada um dos setores da economia e ligadas diretamente aos associados. A CIC vai continuar atuando fortemente para desenvolver o setor empresarial e, de maneira proativa, em ações que contribuam para o desenvolvimento do município.
Qual a expectativa da entidade daqui para frente, se é possível concluir algo, em meia a toda essa incerteza, em relação aos casos de contágio.
Tobias - Um dos grandes desafios que as empresas estão enfrentando é a qualificação profissional. Há dezenas de vagas de empregos toda a semana, mesmo em meio à pandemia, mas a carência de profissionais preparados para cada atividade tem obrigado as empresas a buscarem em outras cidades recursos humanos para suprir a oferta de emprego. Um dos aprendizados que a pandemia trouxe foi que é preciso estar atento em tempo integral para não sofrer sobressaltos ainda maiores. Aliada à atenção, a busca pela organização financeira, diminuição de custos e planejamento alinhado à realidade, são indispensáveis para se manter forte e competitivo.
Que lição podemos tirar de toda essa pandemia?
Acredito que a grande lição que podemos tirar deste momento, que todo o planeta atravessa, é a necessidade de união, entendimento, resiliência, equilíbrio e tolerância.