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Da redação
Em todo o Rio Grande do Sul há uma corrente humanitária para ajudar a quem foi vítima das enchentes. Em Garibaldi, não é diferente e grupos de pessoas estão se deslocando para cidades que foram praticamente destruídas pelas chuvas, como é o caso de Roca Sales, que teve ainda o registro de 10 mortes.
Alguns grupos se deslocaram ao município na semana passada, levando alimentos e munidos de vassouras, baldes, carrinhos de mão ou pás, para começar a limpar ruas e casas. Esse pessoal pretendia ir novamente no sábado, 11, mas devido ao mau tempo, teve que adiar.
Em um desses grupos estavam Cleber Pasqualini, Bruno Bertelli, Luan Alberton, Leandro Pasini e Robledo Tarik. A experiência não foi nova para Cleber Pasqualini, de 40 anos. “Eu fui em setembro do ano passado também para Roca Sales e de um modo geral, agora está muito pior”, conta. Segundo ele, os moradores estão muito assustados. “Muitos abandonaram o município, enquanto outros vão ficar por não ter onde ir”.
Cleber diz que é importante a atividade. “Sabemos que está destruído e que uma única pessoa não faz nada sozinha pela proporção do estrago, mas também sabemos que se cada um fizer um pouco, seja separando roupas, entregando doações ou até mesmo no trabalho de limpeza, a carga fica mais leve para todo mundo. Saímos de lá exaustos, mas não tem recompensa maior do que ver aqueles rostos tentando sorrir, apesar das circunstâncias, e tu escutar um muito obrigado, tu acaba esquecendo até do cansaço físico. Ninguém pode ajudar todo mundo, mas todo mundo pode ajudar alguém”, ressalta.
Em outra turma estava a tricologista e sócia da Clínica Rituar, Shayane Nunes, 28 anos, que tem familiares no interior da cidade, como sua avó. Ela já havia atuado no local na primeira enchente. “Foi bem preocupante, porque no início fiquei vários dias sem comunicação com eles. Fui também porque sei o quando eles precisam de ajuda, a cidade está destruída, algumas partes mais altas ainda têm alguma coisa”, avalia.
O que mais chamou atenção de Shayane foi a falta de alimentos. “São muitas as doações, mas nos deparamos com pessoas que não tinham o que comer naquele dia. Estão chegando alimentos que precisam ser cozidos e as pessoas não tem estrutura ainda para isso. Uma senhora ficou extremamente emocionada e grata quando entregamos um pacotinho de pão, porque era uma coisa pronta e poderia comer. Temos que auxiliar essas pessoas de diferentes maneiras”, pensa.