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Milho em situação crítica

Redação O Garibaldense 24/03/2020
Perdas na lavoura de milho chega a 80% e, em alguns casos, alcança até sua totalidade / Divulgação / STR

“A situação das lavouras de milho é muito grave”, diz o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Garibaldi, Boa Vista do Sul e Coronel Pilar, Luciano Rebelatto, ao falar das perdas devido à estiagem na safra de verão, que são consolidadas e arrasadoras. Há lavouras que a perda é total.

Segundo ele, o grão plantado mais cedo foi atingido pela seca de janeiro. Já quem plantou mais tarde, tentando fugir dessa seca de janeiro, foi ‘pego’ agora. “As perdas de milho e soja passam de 50%, chegam a 80% e há lavouras que não vão ser colhidas, com perdas de 100%. Mesmo que não seja o foco da produção local, traz prejuízos e o pessoal acaba desanimando. O pessoal está colhendo somente de 30 a 40 sacas por hectare”, relata Rebelatto.

O próprio dirigente sindical perdeu toda a sua produção em uma área de seis hectares de sua propriedade, em Coronel Pilar. “É a primeira vez que eu tenho esse prejuízo, acredito que R$ 20 mil de investimento, estou cortando para pasto, mas vou continuar com a produção. O problema é que necessita de muito investimento para pouco rendimento, o ganho é de 20% a 25%. E qualquer coisa atípica você tem perdas, é uma lavoura de risco”, lamenta.

Os municípios de Carlos Barbosa e Boa Vista do Sul são os mais prejudicados e em Garibaldi todas as regiões, mais ou menos, estão afetadas. A produção de laranja e caqui em Garibaldi, por exemplo, também foi atingida.

As perdas também se verificam em integrados (frango e suíno) e leite. “Nos integrados tivemos notícias de frigoríficos abatendo frangos precocemente, antes da hora, porque o produtor estava sem água para dar de beber”, diz. As regiões de Boa Vista do Sul e Coronel Pilar são as mais atingidas”, completa Rebelatto.

Quem trabalha com leite também já tem problemas. “Não tem mais pastagens no campo, porque secaram. A silagem que foi feita emergencialmente, para aproveitar os milhos que estavam sendo perdidos, é de baixíssima qualidade, não tem proteína para alimentar o gado, só enchimento, e vai bater lá na frente, na redução da produção de leite, e aumenta os custos, porque vai ter que compensar com proteína comprada, o que encarece o trato”, explica.

Na questão da uva Rebelatto salienta que as perdas foram de 25%, mas com graduação excelente, em alguns casos, chegando a 23 na Isabel. “Para os produtores não foi tão ruim, mas economicamente a boa qualidade não compensa. Foi menos dinheiro no bolso do que no ano passado. A perda não foi somente pela seca, mas por aquela chuva no início do ciclo”, conclui.

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