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Da redação
As chuvas que afetaram o Rio Grande do Sul, recentemente, tem o turismo como um dos principais setores atingidos. A nível regional, por exemplo, a situação atual preocupa, segundo a diretora da Associação do Turismo dos Municípios da Serra (Atuaserra), Beatriz Paulus (foto).
“É o segmento da economia que sofre de imediato qualquer impacto, seja de natureza, pandemias, guerras ou outras catástrofes. As empresas (de turismo) ainda vivem os anos de se estabilizarem, a maioria tem menos de 10 anos na atividade, uma grande maioria de MEIs, que surgiram durante e logo após a pandemia, então, ainda não estão com reservas econômicas e ainda tem financiamentos em andamento. Qualquer ameaça, é ameaça de perdas econômicas. Mas por outro lado, nos faz repensar os investimentos, rever as gestões econômicas e as adaptações para imprevistos”, diz ela, ao O Garibaldense.
Segundo Beatriz, a situação também preocupa as empresas mais antigas, de 20 anos ou mais. “Viemos de um final de ano de baixa presença de clientes, pois as enchentes de setembro e novembro, trouxeram a crise eminente para o setor. Durante o final de ano choveu muito e tivemos importantes rodovias sem resolução”, avalia.
Mas ela acredita no retorno dos turistas. “Estamos sim, com expectativas de que o turista retorne na sequência dos próximos dias. Provável que tenhamos mais de 90% de turistas do próprio Rio Grande do Sul, que tem ciência de nossos acessos, amplamente divulgados e, com o restabelecimento da malha viária, os de outros estados virão, seja pelo turismo terrestre ou de avião”, entende a dirigente.
Ela diz, ainda, que é o momento de repensar os negócios. “De aprendermos que as superações passam pelo coletivo, que somos uma região e que assim precisamos aprender a se posicionar. Também as entidades, que cada uma busca uma fórmula mágica de superação, o que não nos levará a muitos lugares de sucesso. Temos que aprender a nos posicionar em situações de caos. Todos os entes que, de uma ou outra forma convergem para o turismo, precisam aprender a comunicar aquilo que não atrapalhe o setor, mas que potencialize uma economia importante para auxiliar, inclusive, outras economias na superação das situações pelas quais não temos controle”.
Segundo Beatriz, no momento que o turista retornar é importante o setor se organizar. “Exigir políticas infraestruturais mais seguras e atualizadas, uma comunicação clara através de todos os veículos, menos embate político e, sim, termos leis que nos protejam e apoiem nas adversidades. O turista voltará, ele não gosta de ficar em casa assistindo tragédias, quer vida e romper com situações de stress”, conclui.
Garibaldi cria o Avanti Turismo
Em Garibaldi, a secretaria municipal de Turismo e Cultura criou um grupo com o Trade Turístico e com empreendimentos da cidade, o “Avanti Turismo Garibaldi”, que visa planejar medidas de reestruturação e fomento do turismo no município e na região, após as chuvas que devastaram boa parte do Rio Grande do Sul. Na primeira reunião, online, foi apresentado um plano de ação, formado por três passos. O primeiro foi a elaboração de um mapa virtual atualizado com os locais em funcionamento na cidade.
“Com essa ferramenta, vimos o que estava aberto e todo o processo de funcionamento. E esse mapa começou a circular em todo o Estado”, explica a secretária municipal de Turismo e Cultura, Ana Pauline Mombach. E agora está se dando o segundo passo. “Vamos criar uma logotipia para o Avanti, onde faremos todo um trabalho com um sistema adquirido pela prefeitura antes dessa tragédia acontecer, quando poderemos mapear cada empreendimento que faz experiência de turismo e vamos poder, então, desenvolver um trabalho muito maior”, acrescenta.
Pauline destaca, ainda, que foi sugerido aos empreendimentos para não fomentarem a tragédia. “E sim, mostrar que estamos bem, estamos retomando toda a parte de turismo da cidade. Isso vai até 1º de agosto, quando vamos lançar um novo slogan da secretaria municipal de Turismo e Cultura, aonde vamos focar forte com cada empreendimento a nível nacional, nas feiras, e que vai culminar em 20 de outubro, no 2º Festival do Espumante, que vai coroar todas essas ações”, adianta a secretária.