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A escola municipal Madre Justina Inês, do bairro São Francisco, é uma das três escolas da Serra selecionadas para participar do projeto piloto “Robótica Espacial”, promovido pela Universidade de Brasília (UnB) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fnde), com apoio técnico da Agência Espacial Brasileira. A iniciativa consiste em um curso totalmente digital, de autoaprendizagem, com o uso de uma plataforma pedagógica que oferece aos alunos conhecimentos teóricos e práticos sobre robótica.
A plataforma usa simuladores para que os estudantes vivenciem, de forma realista, a criação e a montagem de um robô Rover Vehicle, inspirado no projeto Artemis, da Nasa, do qual o Brasil faz parte. A máquina também é programada para ministrar o curso. Desta forma, não há a presença de professores no ambiente, que é on-line.
A escola garibaldense está participando do programa a convite da secretaria municipal da Educação. Segundo a secretária Beatriz Arregui Sopelsa, a escola Madre Justina Inês foi selecionada em virtude de alguns critérios estabelecidos pelo projeto piloto de robótica espacial. “Entre esses critérios, alunos alfabetizados e com acesso ao computador em casa, pois trata-se de uma plataforma que usa simuladores para que os alunos vivenciem de forma realista a criação e montagem de um robô. Foi de nosso interesse junto à coordenação do projeto contemplar outras escolas de 4º e 5º anos (alfabetização), mas o fato dos alunos não possuírem a máquina (computador) em casa, foi um dos critérios não alcançados nas escolas”, explica Beatriz.
São 25 estudantes que acessam o programa, entre o 4° e 5° anos. Depois de baixar um aplicativo em seus computadores, eles trabalham em casa, pois necessitam da ajuda dos pais. E a atividade só pode ser feita no computador em que foi realizado o cadastro para entrar no projeto.
O programa foi bem aceito na comunidade escolar, segundo a diretora da Madre, Fabiana Piucco Damiani. “Entrei em contato com os pais pelo watts das turmas para saber quem queria participar, o pessoal gostou, e se mostrou disposto a colaborar com seus filhos. Logo vieram os vídeos explicativos e as lives explicando o funcionamento. É uma oportunidade única porque um curso de robótica custaria muito caro”, argumenta ela.
Responsável por acompanhar o projeto, o professor Marcos Fontana Cerutti diz que os alunos tiveram algumas dificuldades para acessar o programa no início. “As maiores dúvidas foram para se cadastrar, por isso tivemos que manter contato com a responsável pelo projeto, em Brasília, mas depois que conseguiram a senha e o login ficou mais fácil, e eles começaram efetivamente essa semana”, diz. Para ele, ainda, o projeto é fundamental. “Além das habilidades que a gente desenvolve da leitura e escrita, será importante para a vida deles a informática e a robótica e, quem sabe, no futuro trabalhem nessa área”, aposta.
Oficialmente, os alunos começaram a trabalhar na semana passada, mas Eduardo Simonetti Capelari, de 9 anos e do 4° ano, está um pouco mais adiantado e já vem mexendo no programa há alguns dias, com ajuda da mãe, Angelita.
“Estou gostando muito. Você clica lá e tem alguns vídeos que explicam o que precisa fazer e tenho que completar uma etapa para pode acessar outro vídeo”, conta o menino. Ele diz também que fica meia hora depois da aula trabalhando no projeto e já está pensando como vai montar o robô. “Estou na expectativa”, destaca Eduardo, que reside no bairro São Francisco.