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Sem investimento em infraestrutura, sem crescimento

Analisando o discurso do atual governo, sem reforma da previdência, não haverá investimentos em serviços públicos, não haverá crescimento de vagas de trabalho e nas previsões do mercado estamos observando vertiginosa queda nas previsões de crescimento do PIB de janeiro 2,6% para 1,49% agora em maio.
Ora, com todas as crises da economia internacional e a má vontade do Congresso Nacional, o governo Dilma, sem cogitar em reformas tão radicais na previdência estava apresentando crescimento muito próximo a essa previsão dos 1,49%.
Então, a grosso modo o que podemos deduzir.
1) O dinheiro para investimentos está nas mãos dos bancos nacionais e internacionais que não têm interesse nenhum em investir na produção de bens no Brasil já que fazer esse tipo de investimentos em outros países é mais em conta.
2) O dinheiro que não está nas mãos dos bancos está nas mãos dos fundos de pensão dos países de primeiro mundo que apenas investem em títulos do Tesouro dos países com garantias de régios juros e no primeiro sinal de que o país possa entrar em crise, simplesmente resgatam seus títulos e vão embora.
3) O Brasil não possui energia elétrica suficiente para bancar grandes conglomerados industriais. Além disso a energia é muito cara por falta de investimentos novos em geração de energia. Além disso, as maiores fontes atuais em razão das irregularidades climáticas não oferecem segurança de abastecimento constante sem riscos de apagões.
4) Os grandes empresários, por sua vez, têm que pagar juros altos demais para fazerem investimentos. Porém, nem sempre o resultado dos seus investimentos tem retorno favorável. Aqui conta o tempo necessário para recuperar o investimento e passar a ter lucro. Sempre novas tecnologias e equipamentos são oferecidos, às vezes tornando obsoletos os que estão instalados.
5) O custo da mão de obra brasileira se tornou muito caro em razão da grande voracidade dos sindicatos de classe nos tempos de bonança da economia (FHC e LULA 1) criando muitos direitos, muitas vantagens sem oferecer nada em troca (deveres) e nem melhoria sociais aos seus associados.
Então, se tivermos uma reforma da previdência conforme o projeto, teremos o setor financeiro vivendo na maior felicidade. Porém, investirão eles e geração e distribuição de Energia Elétrica? Reduzirão Juros para as empresas e geradores de empregos? Os sindicatos terão competência para rever suas atitudes e definir melhor quais são suas finalidades?
Se não houver investimentos em infraestrutura, nunca poderemos convidar empresas de grade porte a se instalarem no Brasil.
Essa infraestrutura terá que ser física para melhoria e barateamento do custo dos produtos para que possam competir no mercado. Mas, como podem baratear custos com a matriz de transporte sendo rodoviária? E a geração de energia por Hidrelétricas? Termoelétricas?
O mundo evoluiu muito nesses setores. Nesse Brasil, enorme por natureza, já precisa de ferrovias de alta velocidade e de transporte de cabotagem atuante. Esses não têm manutenção tão custosa e transportam grandes quantidades, não é? Se não houver investimentos nessas áreas da infraestrutura não contem com crescimento da economia nem em cem anos.
Os sindicatos por sua vez, ao invés de só buscarem vantagens absurdas para seus associados têm que se preocuparem em proteger seus associados socialmente, oferecendo opções de lazer, saúde e dignidade. Em não fazerem isso, certamente haverá o caos civil com essa reforma.

Renan Alberto Moroni

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