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Muita informação. Pouca compreensão

São poucos os estudos sobre os efeitos da internet e, em especial, das redes sociais em nossas vidas. Não tenho a intenção de demonizar este meio, que facilita muito o meu trabalho, ainda mais que sou da geração pré-conectividade. Mas, uma de suas consequências está moldando perigosamente nossas relações. Para isso, é importante analisar a origem das redes sociais, criadas especialmente para conversas superficiais.
Por esta razão, é fácil entender porque os embates acalorados – sobre os mais diversos temas, dependendo do momento – acabam tendo uma profundidade que não ultrapassa o calcanhar e geram confrontos, em alguns casos, com consequências perigosas.
E não é menosprezo aos debatedores e nem aos temas debatidos.
O meio é que não é apropriado, já que sua natureza estimula o desequilíbrio nas informações que processamos, com significativas repercussões individuais e coletivas. Mal comparando, seria como ir à praia vestindo um sobretudo ou tomar sopa usando um garfo.
É o que se poderia definir como um meio que proporciona muitas informações aglutinadas e poucas possibilidades de compreensão. Sem contar no tal algoritmo, que manipula as peças do jogo, atendendo a um desenho moldado a desenvolver uma potente máquina de propaganda e de arrecadação.
Ou seja, paradoxalmente, as mídias digitais, vastas fontes de informação, não estão nos ajudando a saber mais ou melhor. As tecnologias não têm volta na sociedade e, sem dúvida, já comprovaram o seu potencial. Obviamente, que possuem muitas utilidades, que ocupam um espaço muito próximo à fronteira da distração e das constantes interrupções.
Manter um pensamento crítico e de discernimento racional é fundamental para fugirmos dos riscos de manipulação e de encrencas nas redes sociais. Aliado a isso, se conseguirmos desenvolver a capacidade de prestar atenção no que é essencial entre diversas fontes de distração, teremos a oportunidade de usar a internet de maneira eficaz e viver com mais tranquilidade.

Cassius André Fanti

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