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Talvez isso que vou colocar aqui seja referência apenas para as pessoas com mais de cinquenta anos.
Mas e dessas perguntas que vou comentar a forma de aposentadoria por Capitalização pretendida pelo atual governo.
Alguém lembra daquelas entidades “GBOEX” Grêmio Beneficente dos Oficiais do Exército e do “MFM” Montepio da Família Militar?
Pois bem, esses eram instituições de previdência privada por capitalização. O cidadão contribuía com salário de uma patente militar de sua escolha para garantir mais tarde sua aposentadoria por um régio salário. Ambas faliram. Seus contribuintes ajuizaram ações para se ressarcirem enquanto havia capital para alienar.
Outros planos semelhantes são os fundos de pensão que conhecemos principalmente dos bancos que oferecem uma complementação na aposentadoria para equiparar essa aposentadoria com os ganhos enquanto na ativa. Nesse caso, temos o exemplo do fundo de pensão da VARIG, com sérios prejuízos a seus associados.
Essas empresas todas operam pelas leis de mercado e tanto podem se dar bem como não.
Esses elementos que coloquei antes, indicam que essa aposentadoria por capitalização apenas complementava as aposentadorias oficiais existente no Brasil. Mesmo que tivessem sido mal administradas e se deram mal, sempre havia a previdência oficial para garantir um salário básico ao aposentado.
Imaginem então se hoje fosse implantado um regime único de aposentadoria por capitalização e algum pilantra com muita influência nos meios políticos conseguisse autorização para estabelecer um montepio desses?
Certamente, enquanto sé estivesse arrecadando só haveria felicidade, porém, na hora de começar a devolver começaria o processo de quebra da empresa.
Normalmente isso tem acontecido por um motivo muito simples, Primeiro a construção de uma sede nacional pomposíssima; Segundo: sedes regionais talvez não tão pomposas, porém, próprias e, por fim, encher essas sedes todas com pessoas que ganharão altos salários.
Então fica a pergunta: Como ficarão os aposentados por uma dessas empresas se ela se der mal?
Claro que os técnicos terão muitos argumentos para tentar convencer pessoas de que o sistema é bom. Certamente não citarão também que a maioria dos países que haviam implantado o sistema já desistiram e os que não desistiram sofrem grandes problemas sociais.
Eu procurei explicar com exemplos já ocorridos no Brasil, e sabem em que época foram ciadas essas empresas? Justo no regime militar.
Portanto, meus ouvintes, volto a afirmar: Algumas reformas na previdência devem ser feitas sim, para equiparar os salários da “alta corte da nossa república” aos da classe trabalhadora.
A Alta corte é formada pelos militares pelo poder judiciário e a classe política e são dotados das regalias que eram dotados os homens da corte no tempo do Império. Deodoro da Fonseca mandou o imperador embora do Brasil, porém, esqueceu de mandar a corte também.
Depois de resolverem esse problema das classes privilegiadas, podem pensar em aumentar o tempo de contribuição para todos em pelo menos mais cinco anos e acabar com a aposentadoria por tempo de serviço.
Não aceito, entretanto, que se resolvam os problemas criados pelas classes privilegiadas em cima dos ganhos e tempo de trabalho das classes mais pobres.
