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A corrupção no Brasil, pandemia sem cura

Continuamos enfrentando o grande dilema: será que 2020 já pode ser considerado um ano perdido?
Voltemos um pouco no tempo e observamos que lá, em março, estava previsto o retorno às aulas presenciais ainda no mês de junho. Entretanto, estamos atravessando agosto e nada de concreto ainda, principalmente, pelo comportamento dos brasileiros quanto aos cuidados com a contaminação pela Covid19.
Por outro lado, estamos vivenciando agora uma forte pressão para a retomada dos negócios pelas pequenas empresas, principalmente, as que exercem o comércio à varejo.
A verdade é que esses empresários já não suportam mais ficarem sem faturar e seus estoques de paciência e dinheiro estão quase acabado. Além disso, o volume de produtos para venda que eles têm em casa logo estará fora de moda e nem com mega liquidações conseguirão vendê-los, porque a própria população que gosta do mercado de liquidações está sem dinheiro no bolso e vender a crédito, neste momento, pode ser temeroso.
Então: se as grandes empresas conseguem manter sua linha de produção por ter uma estrutura própria que protegem seus empregados e, por isso, dão cobertura a seus empregados em qualquer emergência, as pequenas e médias também querem poder trabalhar da mesma forma, porém, sem ter as mesmas condições e assistências de proteção dos trabalhadores.
Por isso, qualquer emergência que possa ocorrer numa empresa de pequeno porte, e que não possui departamento próprio de proteção à saúde de seus funcionários, o contato constante entre os trabalhadores poderá acabar em diversas pessoas contaminadas, que acabarão superlotando os atendimentos públicos de saúde, o que os governos estão querendo evitar neste momento. Por isso, talvez, tenhamos que admitir realmente que este será um ano perdido, pois nada mais parece seguro.
Conforme Antônio Delfim Netto, ex-ministro do Planejamento, da Fazenda e da Agricultura durante o governo militar, o maior fracasso do atual governo federal foi não preparar o Brasil para a pandemia. Isso não ocorreu apenas pelo fato de ter abafado os rumores do Ministério da Saúde nomeando um militar para o cargo de Ministro, mas simplesmente porque negligenciou nos preparativos para enfrentar essa pandemia. Como “maior consequência dessa tragédia foi a descoberta de 38 milhões de brasileiros invisíveis: estavam vivos, mas não existiam. Para os quais não foi dado nem água tratada e nem esgoto tratado”.
O tempo que resta até a retomada real da evolução econômica tem que merecer sérios estudos para acabar com essa desigualdade escandalosa entre nós brasileiros para que, passada a pandemia, possa então tomar posição definitiva de retomada dos negócios sem politicagem eleitoreira que somos habituados a ver em cada ano de eleição.
O termo corrupção, nesse entremeio, que parecia ter saído do dicionário político brasileiro, se mostra cada vez mais presente nas atitudes de governantes inescrupulosos que sempre tiram uma casquinha em qualquer negociação pública.
Até há pouco tempo, eram PT, MDB e aliados em conluio com as construtoras; E agora são os políticos aliados em conluio com as empresas que produzem equipamentos e medicamentos para a saúde. Parece que realmente, dessa pandemia corruptiva nunca nos livraremos.

Renan Alberto Moroni

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