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Isso que chamamos de ano eleitoral

Estamos numa espécie de caos econômico provocado, principalmente, por atitudes de mercado apoiadas ou liberadas pelo próprio governo. Se voltarmos ao ano 2020, isto é, apenas dois anos atrás, o mercado imobiliário brasileiro vivia um momento único. O estoque de poupança, uma das principais fontes de recursos, batiam recordes e os juros estavam baixíssimos, o que permitia que mais famílias pudessem se candidatar ao crédito imobiliário.
No primeiro trimestre deste ano, a retirada líquida da poupança chegou a R$ 30,7 bilhões. Só no mês de maio que houve fechamento positivo, isto é: mais depósitos do que retirada.
Com a redução do poder de investimentos, mais os custos elevados dos materiais de construção, da inflação elevada, além dos juros altíssimos praticados atualmente, certamente haverá uma crise do setor imobiliário logo ali adiante. O mercado imobiliário é o maior tomador de recursos dos agentes de crédito. Se o setor se der mal, muitos bancos também poderão sofrer perdas financeiras significativas por causa da inadimplência que haverá e com resultados já conhecidos. Os exemplos são recentes. Houve uma quebradeira de bancos no início do governo FHC e a crise mundial de 2008, que iniciou com a quebradeira de bancos nos Estados Unidos, em razão da baixa do mercado imobiliário que, por falta de recursos, se tornou inadimplente.
A população, também está sofrendo muito com essa espécie de caos. Empregos até aparecem, porém, com salários não muito altos e isso implica em queda no consumo e, por consequência fechamento de muitas pequenas empresas que, aliás, são as que proporcionalmente mais empregam.
O resultado disso é que, há três meses da eleição, o governo atual resolveu abrir os cofres públicos. O exemplo mais claro é a PEC dos auxílios, também apelidada de PEC Camicase (aquele avião bomba japonês que era utilizado para bombardear navios na 2ª Guerra Mundial onde o piloto era sacrificado junto com o aparelho construído em bambu); ou também, PEC do Desespero (medo de perder eleição).
Serão distribuídos R$ 600 por mês para famílias o que depois das eleições poderá causar pânico ao planejamento financeiro nacional porque não terá mais como voltar atrás e distribuirá dinheiro para caminhoneiros, taxistas, para vale gás e assim vai.
Aqui vai uma contradição da atual política de governo e do seu ministério da economia: enquanto eleva juros para conter a demanda e controlar a inflação, também distribui dinheiro fora do teto de gastos. Isso gera desconfiança do mercado internacional e aumenta a demanda. O resultado, imaginem só: mais inflação.
“É justo que os governos concedam abono aos mais necessitados do país. “O porém de sempre é que estão dando o peixe e não ensinando a pescar. Uma boa forma de ensinar a pescar seria multiplicar o número de escolas de ensino profissionalizante. Todos os políticos, em campanha, falam em educação e todos fazem......nada.” (Fernando Albrecht – JC).
Concluo dizendo: um homem trabalha 30 dias por R$ 1200 ou fica em casa por 30 dias por 600. Isto é justo? É isso que conhecemos como ano eleitoral. Tudo, só para salvar uma eleição, o que também não é justo.
E quem acreditou que mudaria?
(*Coluna repetida)

Renan Alberto Moroni

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