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Agora que o carnaval passou já se ouvem comentários sobre a economia brasileira. Até o final do ano passado, imaginava-se que a recuperação técnica da economia brasileira permaneceria estagnada neste 2022. Entretanto, não é o que se vê.
Naturalmente, para nós, gaúchos, a estiagem prejudicou bastante, principalmente, em se tratando da produção agropecuária. Mas a produção industrial foi retomada em níveis de antes da pandemia e, como houve renovação dos equipamentos por mais modernos e mais eficientes só a absorção de mão de obra não acompanhou tal desempenho.
Aliás, esse crescimento verificado nos últimos dois meses já indicam um crescimento do PIB brasileiro próximo a 5,0% neste ano, o que é ótimo. O problema, contudo, está na contratação de novos empregados que continua aquém do esperado.
Por isso, e pela insegurança que estamos vivendo, só em fevereiro os saques das poupanças superaram os depósitos em R$ 5,3 bilhões, o que é um valor expressivo, apesar de se manter dentro dos padrões de normalidade, já que os depósitos somaram R$ 260 bilhões, enquanto os saques somaram R$ 265,3 bilhões.
O maior risco agora está ligado à guerra na Ucrânia. Os russos e Ucranianos já não podendo obter mais recursos no mercado financeiro internacional, estão recorrendo ao mercado das criptomoedas para sustentarem-se durante o conflito. Os ucranianos estão recebendo doações de Ongs e de voluntários ucranianos espalhados pelo mundo, enquanto que os russos estão recorrendo a compras dessa moeda virtual, usando seus rublos em estoque e já muito desvalorizados. Essas informações são vindas da Binace, maior corretora de criptos do mundo.
Ora, até podemos entender a reação dos russos quando a Ucrânia ameaçou a se associar à Otan, uma organização totalmente capitalista que atrapalharia, sobremaneira, todas as negociações russas pelo mundo afora. Mesmo assim e como membro da ONU poderiam ter buscado mediação para resolver pelo diálogo essa situação sem recorrer às armas que acabam dilacerando patrimônios e matando civis que nada têm a ver com isso.
Ao meu ver, esse tipo de atitude de governantes são de uma irresponsabilidade sem fim e o pior é que ninguém faz nada, a não ser dar declarações à imprensa. O mundo é prejudicado como um todo e como todas as coisas que acontecem sempre afeta muito as economias, principalmente, as emergentes. Nós, brasileiros, também vamos sofrer com isso por dois fatores interessantes: primeiro – Ucrânia e Rússia são os maiores fornecedores de fertilizantes para nosso Brasil; segundo: ambos são grandes produtores de petróleo e gás natural que abastecem praticamente toda a Europa. Se esses produtos tiverem seus preços aumentados em razão da guerra, vamos sofrer muito também.
Por isso também, as leis de mercado são tão cruéis. Se por acaso algumas economias pararem ou entrarem em marcha lenta haverá escassez de produtos para todos os setores industriais do mundo inteiro. O mercado não quer correr o risco de se descapitalizar, o que se transforma em mais um motivo para alta de preços para nós, consumidores, devido a esses governantes trapalhões e arrogantes.