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Estamos vivenciando a partir de agora a real situação econômico financeira provocada pela pandemia Covid19. Além da construção civil, que comentamos na última coluna, outros ramos de negócio também estão sentindo a falta de insumos. A escassez de matérias primas, como o aço e o plástico, também vem provocando forte redução na produção de diversos bens.
A de aço, por exemplo está afetando seriamente a indústria de peças para máquinas, veículos e eletrodomésticos que, além dessa matéria prima, sentem também com a escassez de plástico e papelão. Outras empresas também estão dependendo da volta da produção como no caso da automobilística onde já não há mais pneus para serem fornecidos a montadoras de caminhões e motocicletas.
O resultado disso é a possibilidade de falta de transporte suficiente na próxima safra que se prevê como uma supersafra.
Observem, então, que a herança deixada pelo coronavírus é muito mais nefasta do que poderíamos imaginar, a princípio. Apesar da divulgada recuperação rápida da produção industrial, principalmente, ela está acontecendo enquanto houver estoques.
Nos anos 1970 até os anos 2000, com a inflação beirando sempre 100% ao ano, o lucro das grandes empresas estava na quantidade de produtos estocados. A partir dos anos 2000, entretanto, altos estoques poderiam ocasionar grandes prejuízos, principalmente, pela evolução tecnológica que se estabeleceu a partir de então na criação de novos produtos e novas tecnologias.
De lá para cá, quem se responsabiliza pelos índices de inflação são apenas os alimentos e os combustíveis fósseis.
Analisemos o preço do arroz e do óleo de soja, por exemplo. Em razão da pandemia instalada, principalmente, nos países asiáticos, houve uma demanda internacional dessas commodities. Nós, Brasil, como há muito tempo não temos uma política de estoque regulador, fomos agraciados com aumento de até 40% no preço desses produtos.
Depois do desastre, foram contratadas importações de arroz de países onde não há nenhuma tradição de produtos saudáveis para consumo. Essa atitude provocará a redução no preço final do arroz para breve. Mas, produto de qualidade como ainda temos agora, só para o ano que vem depois de normalizado o mercado interno tanto do arroz como também da soja.
Por Graça de Deus poderemos ter uma grande safra a partir do final deste ano e início do próximo.
O alto valor do Dólar americano para os países emergentes ocorreu, a partir de fevereiro deste ano, pelo simples fato de o mercado não conseguir prever o nível de sustentabilidade fiscal desses países. Explico: com a paralização da economia, devido à pandemia, os investidores não se sentiram seguros em manter seu dinheiro nesses países emergentes. Usaram seus recursos para adquirir ouro e outros ativos em países do primeiro mundo e, por isso, a depreciação da nossa moeda neste ano chegou a 38%. A maior entre os países emergentes. Essa situação somente poderá ser controlada quando houver o controle real da inflação, hoje em alta.
Porém, o comércio de produtos pela internet deslanchou. Foi a grande mudança que a pandemia nos trouxe. É a nossa realidade atual que tende a se expandir.
