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O mercado financeiro ainda pensa que só com a elevação dos juros pode conter a inflação no Brasil. A política monetária brasileira se mantém assim nos últimos anos e o mês de março nos mostrou um crescimento do IPCA de 1,62% e de 11,30% no acumulado dos últimos 12 meses.
O presidente do Banco Central (BC) do Brasil tem se mostrado surpreso com esse nível da inflação brasileira, que teve um índice semelhante a esse em março de 1994, ou seja, ainda antes da implantação do Plano Real. E para o acumulado de doze meses só em outubro de 2013 apresentou um índice maior do que neste março (13,98%).
É claro que estes últimos tempos também temos nos deparado com constantes aumentos no preço dos combustíveis que contribuíram para a elevação da inflação no país. Porém, esse tipo de inflação não se reduz com a simples movimentação para cima das taxas de juros Selic. Muito se deve também à tendência de plantio pelos produtores rurais atualmente que visam muito a exportação de commodities.
Pararam de produzir aquelas sementes das quais se produz o biodiesel e, em consequência disso, o governo teve que decretar a redução a mistura no combustível usado pelo transporte pesado e obrigou a importação de mais diesel fóssil pelo país, contribuindo ainda mais com a poluição interna do Brasil.
Com atual política de juros, quem está perdendo miseravelmente, é a indústria nacional, já que elas dependem constantemente de financiamentos para manter suas linhas de produção, os partidos políticos que representavam a base desses trabalhadores mais braçais, os sindicatos de classe, as grandes cidades cada vez mais inchadas pela miserabilidade, e os industriais de pequeno porte cada vez mais falidos e sem incentivos ou subsídios próprios para seu desenvolvimento.
No outro lado, quem está ganhando e crescendo com isso é a agricultura, que há 10 anos representava apenas 10% do PIB nacional e hoje já está superando 25%.
A polarização política no Brasil está vivendo o fim de um ciclo conforme o consultor de empresas Stephen Kanitz, cientista político especializado em Brasil. Segundo ele, “o poder reinante nos últimos 25 anos está sucumbindo, lutando com todos os meios para impedir o inevitável”.
Atualmente, os partidos políticos, já muito enfraquecidos, estão tentando uma forma de manter seus “status” através das novas regras de união através da formação de federações. Tentam formar blocos partidários para buscar forças e enfrentar o novo período governamental. Porém, quem os comanda não pensa em outra coisa além do sobreviver mantendo suas vantagens e mordomias.
Um fato evidente se nota pelas atitudes da velha guarda do MDB que pretende sabotar a candidatura da Senadora Simone Tebet à presidência da República. “Raposas felpudas e de rabo loooongo”, como Renan Calheiros e seus comparsas afim, acham que é loucura lançar um nome sem chances de eleição. Na verdade, essa turma sempre preferiu ser amigo do rei do que ser rei. Sempre preferem belos e altamente remunerados cargos ali adiante, objetivando cargos onde o ponto é bom. Basta observar seus atos nos últimos anos da política nacional onde até vice de Lula foram para manter espaço.