A Fenachamp é um pouco de cada um de nós

Impulsionada por inúmeros fatores, tornou-se quase que automático sentirmos vergonha de nossa cultura, principalmente quando comparada àquela importada por estratégias de marketing muito bem produzidas. Em resumo, é o que o escritor brasileiro Nelson Rodrigues classificou como “complexo de vira-lata”.
A identidade de uma comunidade não se constrói por decreto ou por interesses temporais de qualquer natureza. Intimamente ligada à história de sua gente, nenhuma estratégia é capaz de recriar ou maquiar a cultura edificada ao longo de gerações.
A Festa do Espumante Brasileiro é um bom exemplo da construção de um bem imaterial, estabelecido pela essência humana de um legado iniciado com a colonização desta região. Antes de ser um produto turístico, a festa é a tradução da superação de um povo.
Uma verdadeira epopeia, que se inicia com a produção rústica de uvas, a elaboração precária de vinhos e, ao longo do tempo, vai consolidando o embrião de uma tradição e evolução que desenhou os rumos de Garibaldi, até o reconhecimento do título de capital brasileira do espumante.
É muito mais do que uma marca, é a personificação do trabalho de homens e mulheres, que se reproduz a cada geração. Pulsa no cotidiano de incontáveis pessoas que colocam o seu tijolinho nesta construção. Esse sentimento ganhou vida com as soberanas da Fenachamp durante o lançamento oficial do evento deste ano. Verônica, Débora e Laura representam a harmonia, a sensibilidade e a força que faz com que possamos nos orgulhar de nossa história, de nossa cultura e de nossas tradições.
Com uma felicidade singular, deixaram uma mensagem que valoriza todo o trabalho de quem tem a responsabilidade de organizar a próxima festa e de todos que deixaram sua contribuição para o reconhecimento do evento e de Garibaldi.
Elas nos representam e carregam um pouco de cada um de nós na sua simplicidade, conhecimento e dedicação. Porque a Fenachamp também é um pouco de cada um de nós.