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Os cães estão cada vez mais humanos, ou melhor, demasiadamente humanos. A verdade é que a relação entre animal e humano se estreitou demais. Os melhores amigos, membros da família, ocupam um lugar incontestável pelos lares do mundo. No entanto como em tudo neste mundo, o problema é o excesso.
Este excesso tem nome: antropoformismo (quando uma pessoa atribui características humanas a um objeto ou a um animal)
Um cachorro precisa relativamente de pouco para ser feliz e ter uma vida digna. Uma alimentação saudável, exercícios, frequência ao veterinário e claro, muito amor. No entanto, é preciso ter equilíbrio entre o amor e o excesso de amor que acaba dando espaço a humanização. Não se pode tratar o cachorro como um boneco, como um bebê. É preciso levar sempre em conta que a liberdade e identidade do cão devem ser preservadas, precisa-se observar as suas vontades, estimular eles a atos básicos tais como correr, pular, brincar com bolinhas, etc.
A perda de identidade canina torna o cão altamente agressivo e antissocial, ele se automutila, gira em falso, é extremamente agitado, pula na parede como louco. Por quê? Porque ele está extremamente estressado e confuso mentalmente. Às vezes ocorrem problemas cardíacos e dermatites. O cão é submetido a um estresse psicológico elevado. Ele deixa de ser cão.
Em época de isolamento social, as relações entre humanos estão cada vez mais complicadas, e acabamos transferindo aos cachorros o convívio social e humano que estamos sendo privados. Aí está o perigo, pois a carência, muitas vezes, acaba sendo preenchida com a ajuda do melhor amigo, e, nem sempre, traduz-se em algo benéfico.
Mas enfim, o que é permitido? Voz fofa pode? Pode, desde que não o tempo todo, e isso não pode atrapalhar sua liderança sobre o cão. Roupinhas podem ser usadas para o frio contanto que seja realmente uma necessidade e não sua vontade. Embelezar o cão, pode? Pode, mas sem exageros. Brincar pode? Pode muito.