(54) 3462 6033
O transtorno do espectro autista, ou autismo, tem como característica um desenvolvimento neurológico que afeta as habilidades físicas, motoras, de comunicação e de interação social. Mas por que o autismo é chamado de transtorno e não é considerado uma doença?
O autismo é um transtorno que costuma se manifestar durante a primeira infância e acomete, em maior prevalência, meninos. A explicação de por que ele é chamado de transtorno e não de doença tem origem etiológica - ou seja, as causas e os fatores que levam ao desenvolvimento de uma determinada condição.
Quando se fala de por que o autismo não é uma doença, é importante pensar primeiro no que é doença e o que é transtorno. Porque, pensando pela OMS (Organização Mundial da Saúde), doença é ausência de saúde, então temos que ter mais cuidado da forma que passamos esses conceitos.
quando falamos de doenças e transtornos, temos que compreender que esses termos estão relacionados com a sua etiologia. Mas o que é etiologia?
Quando temos alguma coisa, essa causa tem fundamento e vai passar por um tipo de processo que vai ocasionar em sintomas e sinais. Isso normalmente vemos na doença. Quando falamos de transtornos, essa causa já não tem a etiologia especificada. Então quando, por exemplo, falamos: ‘ele tem autismo por quê?’, ‘Ele vem da onde?’. A gente tem uma etiologia, mas não é apenas uma só, são múltiplas etiologias e processos que levam à condição e, também, os porquês.
Ou seja, uma doença, como a gripe, tem uma causa específica (no caso, o vírus Influenza). O autismo não tem uma causa específica. No autismo presenciamos prejuízos significativos na esfera social, comportamentos estereotipados e repetitivos e isso mostra a presença dos sintomas e sinais, mas quando pensamos: ‘qual é a causa?’, ‘porque isso aconteceu?’, aí não temos apenas uma etiologia e sim várias e esse ponto traz a diferença entre doença para transtorno.
O que causa autismo?
As causas do autismo não são totalmente conhecidas, mas as pesquisas na área são cada vez mais intensas. Sabe-se que a genética e agentes externos desempenham um papel-chave nas causas do transtorno.
A herança genética é responsável por 80% dos casos. Enquanto os fatores exógenos podem ser atribuídos a complicações durante a gravidez, infecções, desequilíbrio metabólico e exposição a substâncias tóxicas.
Fatores de risco são:
Sexo: meninos são de quatro a cinco vezes mais propensos a desenvolver autismo do que meninas
Genética: famílias que já possuem histórico de autismo correm riscos maiores de novos casos
Condições de saúde: crianças com alguns problemas de saúde específicos, como epilepsia e esclerose tuberosa, tendem a ter mais riscos de desenvolver autismo
Idade dos pais: alguns estudos apontam que quanto mais avançada a idade dos pais, mais chances a criança tem de desenvolver autismo até os três anos.
Fonte: https://www.minhavida.com.br/materias/materia-23906