Despertando a criatividade

Da redação

Pelo terceiro ano consecutivo está sendo desenvolvido no município o projeto Trilhas da Aprendizagem, iniciativa da secretaria municipal da Educação, em parceria com o Senai/RS. As aulas iniciaram no dia 15 de abril e acontecem no Senai Lab, de Garibaldi, no turno inverso das atividades escolares. Participam os estudantes do 6º ao 9º anos, das escolas municipais de ensino Fundamental Madre Felicidade, Pedro Cattani, Visconde de Cairu e Attílio Tosin. São 203 alunos, dos 11 aos 14 anos, divididos em turmas com aulas de segunda a sexta-feira.
O objetivo do projeto é despertar a vocação e o interesse dos alunos por meio de cursos rápidos e modulares, especialmente nas áreas de mecânica, eletrônica, robótica e gestão, com foco no empreendedorismo e compartilhamento de ideias. Ao O Garibaldense, Felipe Andreola, gerente de operações do Senai, de Garibaldi, fala do projeto.
“Quanto mais cedo mostrarmos caminhos aos jovens dessa faixa etária, será melhor, e pensando nisso, o Senai fez no primeiro ano um trabalho com alunos do 8º e 9º, que não tem a idade mínima para entrar como Jovem Aprendiz, e já deu muito certo. Percebemos que os pais ficaram muito felizes. Então, abrimos do 6º ao 9º ano, pegando uma faixa maior de crianças e jovens pré-adolescentes. Eles se identificaram muito com o projeto, porque aprendem a lidar em equipe e a serem desafiados a pensar em soluções reais”, analisa. Andreola exemplifica que os jovens vão utilizar o Smartfone de uma outra maneira. “O Smartfone é a maior concorrente dos pais e eles usarem aqui é para controlar o robô, e não vão usar para ficar na rede social. A gente vai mostrar para eles que tem muitas habilidades que não conheciam”, acrescenta.
A secretária municipal da Educação, Beatriz Arregui Sopelsa, ressalta que o projeto não é uma maneira de preparar para o trabalho. “Dentro da Base Nacional Curricular é o mostrar e o despertar. Mostrar tudo aquilo que eles têm curiosidade e de tudo além do que podem fazer. Queremos ocupar a criança para mostrar um universo de descobertas, com mais diversão”.
Depois do sucesso da primeira edição foram abertas, a pedido do pais, novas turmas. “A gente apresenta o projeto aos alunos que depois mostram para os pais, que se interessam e chegam a madrugar para fazer a inscrição”, diz Beatriz. “O projeto acompanha a atividade na escola. Ele não pode ser ausente na escola e frequentar as aulas no Senai”, adverte.

Alunos se engajam nas aulas

Durante todo o período das aulas do projeto Trilhas da Aprendizagem, os alunos passam por módulos, como nas áreas de mecânica, eletrônica, robótica e gestão, com foco no empreendedorismo. E esse último quesito a reportagem do O Garibaldense acompanhou uma aula, na tarde de quinta-feira, 23, quando os alunos, separados em grupos, desenvolveram, no papel, a criação de uma empresa, segundo um roteiro pré-determinado, com nomes de empreendimento, valores do produto, processo de comercialização e objetivos.
Foi o caso de Abner Melha, 12 anos, da escola Madre Felicidade, em que o grupo dele idealizou uma padaria. “Vamos vender sonho, pastel, bolo, pão e café, tudo isso por R$ 14. Tudo a ver comigo, porque não desperdiço uma comida. É o meu primeiro ano no Trilha e gosto muito de estar aqui. Minha mãe me inscreveu e é uma forma de eu evoluir”, diz.
Já o grupo de Yasmin Caroline Chelin, 11 anos, da escola Attílio Tosin, idealizou uma loja com calças cargo. “Estou adorando fazer o Trilhas”, disse a menina, sem esconder a timidez.
Nessa aula os alunos têm como orientador o professor Cristiano Araújo que, pela primeira vez, trabalha com crianças e pré-adolescentes. “É um desafio, mas bem gratificante porque a gente vê que eles buscam algo. Nesse módulo estou prezando o trabalho em equipe, saber o que é liderança. Eles desenvolverem esse trabalho é um princípio do que é um empreendedorismo”, destaca o professor, que é garibaldense e há 11 anos atua no Senai.