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A adolescência é uma fase de muita experimentação para os jovens. É um período do desenvolvimento humano caracterizada pela transformação biológica, psíquica e social, sendo um momento no ciclo vital marcado pela intensidade de sentimentos e sensações. Esta fase apresenta características comuns a todo adolescente, porém é vivida por cada indivíduo de uma forma única.
Vivemos em um cenário de maior fragilidade, cercados por um mundo de maior instabilidade, inseridos em uma cultura do imediatismo, assim como um esvaziamento de ideias. Os modelos oferecidos aos jovens são imprecisos o que certamente afetam diretamente seu processo identitário.
Além disso, surge como atravessamento para os nossos jovens a questão da pandemia e do isolamento social. O período da adolescência é um momento tão importante para “sair e desbravar o mundo”, fazer novos contatos, se aproximar de grupos de iguais, se experimentar. Infelizmente, pela questão da pandemia, esse período foi e está sendo vivenciado, a maior parte do tempo, dentro de casa. Para os adolescentes, perder a liberdade é algo muito difícil.
Percebemos jovens apresentando quadros de maior ansiedade, mais irritadiços, dificuldades relacionadas ao sono, ataques de pânico e maiores mudanças de humor. Entre os motivos para a piora na saúde mental, destacam-se o distanciamento dos amigos (para alguns a quebra quase que total do contato com amigos), o fim da rotina diária, a não ida à escola, além do afastamento de outras atividades que lhes geravam prazer.
Temos acompanhado um grande aumento de tempo de exposição a computadores, tablets, smartphones, TVs e jogos. Pesquisas apontam que antes da pandemia, 18% dos jovens relataram fazer uso das tecnologias digitais por de seis horas diárias. Com o isolamento, quase 60% dizem gastar mais de seis horas por dia nesses dispositivos.
Ainda não sabemos exatamente o que tudo isso poderá causar para esses adolescentes. Certamente, de uma forma ou outra, eles estão sendo afetados. Por isso é de extrema importância que as famílias possam auxiliar os adolescentes a passar por esse período com menor prejuízo e sofrimento, uma forma de ajudar é tentar estar mais aberto ao diálogo. Assim como os pais precisam estar atentos para, se necessário, buscar ajuda profissional, seja para o jovem ou para a família no sentido de saber como ajudá-lo.
