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Recentemente, foi noticiado “americano de 86 anos, Bill Jancovich, quer se tornar a pessoa mais velha a completar o Decatlo, a prova mais completa e exigente do atlestimo”. O decatlo é uma prova exclusivamente masculina, realizada em dois dias, constituída por dez modalidades. 100 metros rasos, salto em distância, arremesso de peso, salto em altura, 400 metros rasos, 110 metros com barreiras, lançamento de disco, salto com vara, lançamento de dardo e 1500 metros. As mulheres também possuem uma super prova, o heptatlo, constituída por sete modalidades.
O objetivo e a determinação do americano por si só, já é uma grande vitória, mas se observarmos melhor a notícia, percebemos que o uso da palavra “velho” pode ter duplo entendimento. Ser a pessoa com a maior idade para essa modalidade específica ou velho no sentido de etapa da vida.
Em um estudo científico de Luna Silva, historicamente a expressão velho, no sentido de velhice, tinha um sub entendimento de decadência física e invalidez, momento de descanso e quietude no qual imperavam a solidão e o isolamento afetivo, e foi gradativamente substituída durante a década de 80 por “terceira idade”, onde surgiu um ressignificado, agora apontado como um momento do lazer, propício à realização pessoal que ficou incompleta na juventude, à criação de novos hábitos, hobbies e habilidades e ao cultivo de laços afetivos e amorosos alternativos à família.
O mesmo estudo cita, a teoria da atividade que informa que o envelhecimento positivo poderia ser atingido se os sujeitos se mantivessem ativos, conservassem os mesmos hábitos da vida adulta e desempenhassem papéis sociais relevantes
Nas últimas quatro décadas, o público da terceira idade parece que aderiu a essa teoria, visto estar mais ativo, possuindo demandas singulares, e é atendida por uma série de profissionais das mais diversas áreas, desde marketing de consumo, turismo, lazer, cuidados pessoais... sendo um mercado em amplo crescimento.
A atividade física, como uma ferramenta no âmbito de cuidados pessoais, na minha opinião, vai muito além dos benefícios específicos adquiridos com cada modalidade. Mantem e prolonga a capacidade de independência do indivíduo, uma vez que, através de conversas, ninguém quer chegar na terceira idade sendo dependente de alguém.
Vamos utilizar o exemplo do americano – não precisamos nos tornar super atletas – e nos manter saudáveis, com objetivos e em movimento.
