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Já ouviram a frase “existem dois tipos de motoqueiros, aqueles que já caíram da moto e aqueles que irão cair”? Podemos fazer a mesma distinção com a dor nas costas. Existem pessoas que já tiveram, aquelas que têm e aquelas que terão. Acredita-se que cerca de 70% a 85% da população terá algum episódio de dor nas costas ao longo da vida.
Algumas situações mais “naturais” que podem levar a esse tipo de dor geralmente estão relacionadas com doenças inflamatórias, degenerativas, neoplásicas, defeitos congênitos, debilidade muscular, predisposição reumática, sinais de degeneração da coluna ou dos discos intervertebrais.
Excluindo essas situações, geralmente esse tipo de dor advém de um conjunto de causas, sejam elas, sociodemográficos (idade, sexo, renda e escolaridade), comportamentais (fumo e baixa atividade física), exposições ocorridas nas atividades cotidianas (trabalho físico extenuante, vibração, posição viciosa, movimentos repetitivos) e outros (obesidade, morbidades psicológicas).
Se nos basearmos com a coluna vertebral, as costas são divididas em cervical, torácica, lombar e região sacral. Em uma pesquisa realizada em Pelotas com 972 pessoas, com média geral de 41 anos, 63% dos entrevistados sentiram dor nas costas nos últimos 12 meses. Desses 40% na região lombar, 36% na torácica e 24% na cervical. Quase 40% dessas pessoas relataram que o problema os impediu de realizar suas atividades da vida diária alguma vez no período de 12 meses. Esses achados são preocupantes e mostram o quão sensível somos as condições de vida atuais.
O estudo mostrou que mulheres têm 1,24% mais chance de apresentar algum sintoma de dor do que os homens. Esse valor está relacionado ao fato da realização de tarefas domésticas com o trabalho fora de casa, posição viciosa e trabalho em grande velocidade. Além disso, possuem características anatomofuncionais (menor estatura, menor massa muscular, menor massa óssea, articulações mais frágeis e menos adaptadas ao esforço físico extenuante e maior peso de gordura) e ligadas à modulação no sistema nervoso, podem colaborar para o surgimento e maior intensidade das dores.
A correção postural, principalmente, quando sentamos no trabalho ou em casa, exercícios físicos, evitar um colchão muito duro ou muito mole, cuidados para levantar e carregar peso e principalmente evitar peso em excesso são ações simples que podem evitar ou postergar esse tipo de dor.