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Sem mais protecionismo

A arrecadação de impostos pelo governo federal, e também pelos governos estaduais, têm batido recordes, isso tudo por conta das exportações de cereais e minerais metálicos e outros produtos industrializados. O diabo é quando acontecem esses bolsões de receitas, os políticos do Congresso Nacional e legislativos estaduais começam a achar que há dinheiro sobrando e saem à cata de uma forma de pegar uma fatia desse bolo.
Não entendem eles que a economia de um país não funciona assim e esses momentos da macroeconomia podem a qualquer momento parar de acontecer. Se o preço das commodities despencar no mercado internacional, a arrecadação tributária cairá junto.
Se for usado esse ganho temporário de receitas para conceder benefícios fiscais e aumento de gastos públicos, correremos o risco de reeditar o que aconteceu em 2004 e 2012, respectivamente, quando houve um ciclo positivo de arrecadação e os governos, então, expandiram despesas e benefícios fiscais duradouros.
O que aconteceu, então, foi que as despesas e benefícios continuaram sugando o tesouro nacional, que já não era mais abastecido pelas exportações brasileiras. O resultado dessas ações é que por muitos anos o país e os estados operaram em déficits e sobreviveram apenas à base de empréstimos ou venda de papeis públicos.
Para o economista Marcos Mendes, autor do livro “Por que é difícil fazer reformas econômicas no país”, será necessário fazer um ajuste na economia brasileira para conseguirmos obter um crescimento do lucro nacional PIB de, pelo menos, 1,5%. Porém, segundo informações do Ministério da Economia, ainda corremos o risco de um déficit de 0,7% neste ano de 2022.
Dados da Receita para os últimos 12 meses encerrados em janeiro mostram que entre os setores econômicos que mais aumentaram recolhimento de impostos estão ligados à exportação de commodities, de minerais metálicos, petróleo e gás e a agropecuária que mostraram um acréscimo na arrecadação de 22%.
Se não for mantida a política de contenção de gastos que atualmente estão contidos pela política atual e a Lei que estabelece o teto de gastos, certamente rumaremos para novo caos nacional em não muito tempo. Porém, está evidente que o Ministério da Economia está atento a essa possibilidade e mesmo que junto com o Governo Federal tenha que enfrentar o “centrão”, está se saindo muito bem até o momento.
O bom disso tudo é que esse método de contenções está começando a trazer investimentos em produção de bens para o Brasil, melhorando, inclusive, os níveis de absorção de mão de obra gerando novos empregos a cada dia.
Pelo que se observa mesmo nos movimentos dos políticos visando o próximo pleito nada impede que o Brasil continue mantendo essa diretriz mesmo que haja pressões políticas para flexibilização da regra por se tratar de um ano de eleições. A população demonstra até certo modo estar aprovando os atuais métodos de administração do país.
A própria eleição em Garibaldi já deu mostras de que a população, em sua maioria, deseja governos mais voltados para a livre iniciativa deixando de lado as promessas de uma política com sentido mais protecionista.

Renan Alberto Moroni

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