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Foi com um sonoro “Sou um governador gay e não um gay governador” que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, do PSDB, resolveu falar sobre sua intimidade sexual. Aconteceu durante a entrevista no programa Conversa com Bial (Pedro Bial), na Globo, na semana passada.
Leite não foi ‘obrigado’ a falar sobre sua opção sexual, revelou espontaneamente, aproveitando a enorme audiência do programa, ou seja, valeu-se pela exposição nacional. Agora Eduardo Leite não é apenas o governador do Rio Grande do Sul, é também um governador gay.
De fala mansa, com um discurso afável e de uma tranquilidade quase imutável, o governador tratou do tema de uma forma natural. E nem poderia ser diferente. A opção sexual de Leite já era conhecida antes mesmo da eleição que o elegeu, em 2018.
Não era oficial, como agora, mas era conhecida e nem por isso abalou sua candidatura ao Piratini. Aliás, não entendo o porquê da implicância com nós, gaúchos, rotulados por boa parte do resto do país, como machistas e preconceituosos. Já elegemos uma mulher (Yeda Crusius) governadora e agora, oficialmente declarado, um governador gay. Pura implicância.
A revelação de Eduardo Leite, às vésperas de uma nova eleição presidencial, nos lembra que não há limites na política. O governador quer essa corrida presidencial, essencialmente, pelo momento extremista que divide o Brasil, provocado pelo fanatismo de eleitores, tanto da esquerda, como da direita. Leite e seu PSDB pretendem ser a apetecida terceira via para abraçar eleitores descontentes com os devaneios verbais de Bolsonaro ou àqueles que, sequer, querem ouvir falar do nome do ex-presidiário Lula.
Eduardo Leite não se sentia moralmente pressionado em revelar sua opção sexual, afinal, a opção é dele, de mais ninguém. O que pode ter influenciado na revelação é a possibilidade de se tornar presidente. Um presidente gay e não um gay presidente.
Bom final
de semana