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O endividamento da família brasileira
Bem mais do que a metade da população brasileira está no vermelho. Se você não faz parte desta estatística, parabéns, você é um privilegiado, ou melhor, é um bom economista. De acordo com dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada na semana passada, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias com dívidas (em atraso ou não) no país atingiu 61,5% em fevereiro deste ano.
Assustador ou não, o percentual é a tônica para entender, de certa forma, a atual situação que vivemos em termos econômicos no Brasil. Sem dinheiro no bolso, o consumo diminui. Não precisa ser gênio para perceber isso.
Além da retenção no consumo, nos mais diversos setores, há a inadimplência. De acordo com a pesquisa, a parcela de inadimplentes subiu de 22,9% em janeiro para 23,1% em fevereiro deste ano. E vejam só: outro indicador que teve aumento de janeiro para fevereiro foi o percentual de famílias que não terão condições de pagar suas contas ou dívidas, o qual passou de 9,1% para 9,2%.
O brasileiro tem dificuldades em administrar seus vencimentos, fruto, talvez, de um ensino financeiro precário ou quase inexistente nas escolas. Na maioria dos casos, o aconselhável é um comprometimento de renda de até 30%, como ocorre na decisão, por exemplo, da tomada de qualquer crédito, em especial no financiamento imobiliário. É uma regra que pode muito bem ser aplicada para outras situações.
O colunista Thiago Alvarez, do site InfoMoney, defende a regra 50-15-35, ou seja, 50% de sua renda deve ser usada para pagamento de gastos essenciais, como aluguel, luz, água, gás, transporte, saúde e educação... Já os 15% da sua grana devem ser investidos no seu futuro, para pagar uma previdência, ou algum tipo de investimento ou, ainda, para pagar alguma dívida que você já tenha. Por fim, os 35% restantes é para seu estilo de vida, ou seja, para gastos com lazer, gastronomia, internet, TV a cabo, entre outros.
E sabe qual é o vilão desta situação incômoda? O cartão de crédito. De acordo com a pesquisa, ele foi apontado em primeiro lugar como um dos principais tipos de dívida por 78,5% das famílias endividadas, seguido pelos carnês, para 13,9%, e, em terceiro, por financiamento de veículos, para 9,8%.
Bom final
de semana!