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O discurso ético amplamente defendido pelo presidente Jair Bolsonaro, desde as eleições presidenciais de 2016, sofreu um abalo nesta semana com a denúncia de possíveis irregularidades no contrato de compra da vacina indiana Covaxin. É uma situação que exige o devido esclarecimento, afinal, Bolsonaro tornou-se presidente porque seus eleitores não condescendiam e, ainda não condescendem, com a corrupção, com os desmandos políticos que acompanhamos, diariamente, em Brasília. Portanto, quando você contraria o que prega, você perde a confiança daqueles que o elegeram.
O presidente tem se saído vitorioso nos embates que enfrentou até agora. Até mesmo no recente episódio da Copa América, venceu. Bolsonaro ‘bancou’ a realização do torneio do Brasil, após as desistências da Colômbia e da Argentina, ignorando as críticas de que o país não deveria sediar os jogos da competição, pela pandemia. Como as reclamações eram falácias, de veículos de comunicação contrários ao presidente, o tiro saiu pela culatra. O torneio ocorre normalmente, sem interferir, para mais ou para menos, nos números da covid-19 no país.
Mas o episódio da Copa América foi ‘cafezinho’ perto de outros que o presidente superou. As saídas do ex-juiz Sérgio Moro, do Ministério da Justiça, que, na época, ainda sorvia do status de ‘herói da nação’ pelos relevantes serviços prestados na operação Lava Jato e que levaram tantos agentes políticos à prisão, entre eles, o ex-presidente Lula, por desvios sistemáticos de recursos públicos, ou mesmo de Luiz Henrique Mandeta, da pasta da Saúde, sequer deixaram saudades.
É claro que o combate à corrupção, como a manutenção da ética, devem permanecer como pontos referenciais em qualquer governo. Mas, infelizmente, para um país como o nosso, com dimensões continentais, e que a corrupção parece algo corriqueiro, arraigada desde o Brasil Imperial, isso quase não importa.
Bolsonaro sabe disso. Qualquer presidente sabe disso. No Brasil, existindo uma economia forte, o resto será apenas o resto. Quer algo mais primitivo do que isso?
Corrupção no governo? Enquanto existir o presidencialismo de coalizão a governabilidade está garantida. Lembram do governo Lula?
Bom final
de semana