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Papos de Redação - 1272 ed

 

Entrevista não produziu o efeito desejado

Na entrevista aos jornais Folha de S. Paulo e El País, concedida na sexta-feira passada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou para seguidores, não para o país. Nenhuma novidade. A conversa de uma hora e 54 minutos que manteve com os dois jornalistas também não produziu os efeitos desejados pelos veículos de comunicação, especialmente o brasileiro, muito menos, o que ensejava o próprio partido do ex-presidente, preso desde o dia 7 de abril do ano passado.
De acordo com uma análise, divulgada no início desta semana, pelo site Poder360, a entrevista com Lula teve grande impacto apenas entre os seguidores do PT. A conversa com os jornalistas está longe de ser uma explosão de apoio ao ex-presidente e, por enquanto, não ultrapassou as fronteiras daqueles que já seguem as teses do petista, afirma o relatório.
Outros veículos de comunicação, como a Globo e a Record, ignoraram o que disse, da cadeia, o ex-presidente. No Congresso Nacional, o apoio a Lula também ficou restrito a congressistas do PT, com base nos posts produzidos. Dos 653 posts sobre o ex-presidente, por exemplo, 547 foram feitos pela bancada petista.
Esse desinteresse pelo que Lula falou é de fácil compreensão, afinal, que mensagem poderíamos esperar de um ex-presidente, preso por corrupção? Lula não tem nada a dizer que possa a vir contribuir para uma melhora no país. Não, ao menos, para quem quer ver um Brasil livre de escândalos dos quais protagonizou. Lula não tem mais essa moral.
A fraca repercussão da entrevista que concedeu o ex-presidente comprova que não importa mais o que pensa ou que diz Lula, para cerca de 70% dos brasileiros. O conteúdo da fala do ex-presidente é o mesmo, metódico, repetitivo, principalmente, quando se refere ao ex-juiz federal Sérgio Moro e ao atual presidente Jair Bolsonaro.
De igual, mesmo após mais de um ano na cela, Lula mantém o brilho e o prazer quando fala sobre política. Isso o revigora, é algo inerente a ele, quase que como uma exclusividade. Mas, subitamente, a cena, nostálgica, se desfaz com a interferência do servidor federal que diz a ele que o tempo acabou e que é chegada a hora de retornar à cela.


Bom final
de semana!

Julmei Carminatti

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