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A Polícia Rodoviária Federal retirou os radares portáteis que estavam em funcionamento nas rodovias federais após a determinação do presidente Jair Bolsonaro. Não se trata de uma decisão definitiva, isso porque o governo aguarda a conclusão de estudos sobre a viabilidade do uso e a necessidade de utilização desses sistemas. Mas, por ora, a utilização está suspensa.
Em seu tom característico, claro, Bolsonaro disse ‘estar numa disputa com a Justiça’ contra o que chamou de “máfia e indústria de multas”. Oficialmente, a suspensão do uso dos radares passou a valer no início desta semana, para o desespero de especialistas da área de transporte, que temem que os acidentes e o número de vítimas aumentem daqui em diante.
É natural o alarme de quem defende a utilização dos radares, porém, a ‘indústria de multas’, como o próprio presidente se refere, existe, e precisa ser combatida. A velocidade, em muitos casos, não é a vilã dos acidentes registrados nas rodovias. A falta de precaução do motorista ou a imprudência em ultrapassagens em locais proibidos são causas muito mais relevantes do que a velocidade, que deve, naturalmente, ser controlada pela sinalização de radares convencionais.
Os especialistas também precisam entender que o governo, obrigatoriamente, deve oferecer infraestrutura adequada aos motoristas, afinal, já há uma carga de impostos atribuída ao setor e não penalizá-los com multas, algumas, em situações quase constrangedores. Só a modernização das rodovias e isso implica, no mínimo, a duplicação da via, é o caminho para diminuir os índices de violência no trânsito. Os veículos de hoje são perfeitamente equipados para você trafegar a 100, 110 km/hora sem que essa velocidade ofereça perigo a você ou a outro motorista. Está certo o presidente nesse sentido, embora em se tratando de uma suspensão não significa uma acepção em relação ao tema.
Desde que assumiu, Bolsonaro tem feito uma cruzada contra os radares nas rodovias federais. Em abril, ele havia determinado o cancelamento da instalação de novos equipamentos (fixos e móveis), mas a Justiça determinou que se mantivesse os radares eletrônicos e a renovação dos contratos.
Esses ‘canetaços’ que costuma dar, são também uma tática de Bolsonaro para se manter em alta com o seu eleitorado. Mas é preciso seriedade. O presidente toca em temas que realmente necessitam de mudança, mas, sutilmente, faz o jogo político e isso não é bom. Não é confiável.
Bom final de semana!