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Existem coisas que nos deixam a cada dia mais preocupado. Quando olhamos para o Brasil social pensamos viver no caos e que as coisas vão de mal a pior. Entretanto, olhando para fora da janela do nosso país, podemos constatar que tanto na Europa, quanto nos Estados Unidos – primeiro mundo afinal - acontece a mesma coisa que acontece aqui: violência policial na Espanha contra os Bascos, um maluco americano matando dezenas de pessoas numa apresentação country em Las Vegas.
Isso tudo não se assemelha à briga que enfrentamos em todas as cidades brasileiras quando há uma manifestação pública? Malucos atiradores já não apareceram em outras ocasiões nos Estados Unidos e até há não muitos anos atrás na Suécia, e nas favelas periféricas das cidades brasileiras?
Na verdade, parece que o mundo está realmente revoltado e virado de pernas para o ar. Então, o que sentimos é pura insegurança. Mas, por que isso? Ao pensar numa resposta, sempre procuramos um culpado, não é mesmo? A realidade, entretanto, aponta para todos nós como culpados. Deixamos de respeitar as pessoas como pessoas, e passamos a respeitar as pessoas por suas posses ou o dinheiro. Então, de repente, nos deparamos com professores ganhando, às vezes, menos que os alunos e policiais com salários irrisórios comparados ao risco de vida que correm.
Além disso o Estado parcela os seus salários. Quando essas classes de trabalhadores se revolta é combatida em suas manifestações de classe pedindo por respeito e justiça, com atitudes de violência psicológica e ameaças aterrorizantes de demissões. Observando tudo isso entendemos que, realmente, encontramos o porquê dessa revolta no mundo inteiro.
O respeito às pessoas e às instituições foram enterrados até pelos governos do primeiro mundo que, que assim também nos demais países a todo o dia vêm suprimindo vantagens obtidas por pessoas e trabalhadores do mundo inteiro. Essas conquistas sempre foram negociadas e hoje são unilateralmente suprimidas. Nos nivelamos por baixo.
Assim como os próprios homens de governo perderam completamente o respeito pelo seu povo, e também pelos seus países a ponto de empobrecerem seus países em benefício próprio, assim também as pessoas perderam o respeito entre si. Não há mais amor ao próximo observado indistintamente sem algum proveito ou resultado financeiro. Apenas o Capital se respeita e absorve tudo na sua pacífica ambição de ganhar mais. Para lucrarem mais, são muito cruéis.
Para obterem vantagens a qualquer custo, destroem países, provocam guerras, pobreza absoluta de povos inteiros e é o responsável por toda essa convulsão social, pois chegaram ao absurdo de obrigarem a retirada de direitos das pessoas para voltarem a investir.
Essa demonstração foi dada aqui no Brasil também. Derrubaram um governo mais popular sob razões injustificáveis e colocaram outro que se propôs atender seus interesses. Jogaram alto nas reformas pretendidas. Não obtiveram tudo o que queriam. Entretanto, o pouco que conseguiram já foi suficiente para voltarem a investir. A compra de bens de capital (máquinas que substituem mão de obra) já cresceu só em setembro 34,5% e é o segundo mês consecutivo de aumento segundo a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria e do Comércio brasileiro. Esse tipo de absurdo já foi previsto por economistas desde o século XIX. Está acontecendo.
Ao pensar numa resposta, sempre procuramos um culpado, não é mesmo?