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Já se passaram dezessete anos desde que nós, os consumidores de vinho, pudéssemos contestar aqueles que afirmavam ser os vinhos estrangeiros muito melhores e que os nossos somente serviam para fazer sagu.
Estive, por convite da AVIGA participando do jantar de entrega dos prêmios aos melhores vinhos de Garibaldi, e tive a honra de sentar ao lado do Professor Firmino que me afirmava já estar a cinquenta e sete anos com o copo na mão. Pessoa conhecedora demais e que vivemos um pouco de história de nossas vidas desde que ele também lembrou o tempo em que trabalhou na vinícola São João em Farroupilha, cantina aliás em que meu avô Moroni, meus tios e hoje primos entregam suas uvas para vinificação. Na mesma mesa estava a família Cesca da vinícola santa Barbara, que apresentou para nos seu “Alicante Bouschet Romano Cadetto 2017” e outros dos seus vinhos e espumantes de ótima qualidade.
Claro que degustamos e conhecemos também outros produtos de outras cantinas que apresentaram seus vinhos elaborados com muito esmero e que me deixaram com muito orgulho de dizer: “estes são brasileiros e produzidos na serra gaúcha”, e são muito superiores a argentinos, chilenos e uruguaios que provei em minhas viagens de turismo por esses países. Aliás, nunca comprei vinhos deles porque não são companheiros como os nossos. Pesados demais.
As cantinas mais premiadas em número de produtos foram a Cooperativa Garibaldi, Vinícola Vaccaro, Vinícola Agostini e Adega Chesini. Porém, acho que o mais charmoso da noite foi o vinho branco seco Lorena 2019 produzido pela Vinícola Carlesso por se tratar de uma uva da gerada na serra gaúcha.
Bom, mas como economista, não posso invadir o mercado dos enólogos, mas me chamou a atenção a evolução dos nossos vinhos a partir da criação da AVIGA.
Antes, nossos pequenos produtores de vinho, “brigavam” para entregar seus vinhos em garrafão no mercado gaúcho e brasileiro pelo menor preço. Não foram poucas as vezes que mandaram cargas e cargas para o centro e nordeste do Brasil e nunca mais viram a cor do dinheiro como também empilharam cheques sem fundos de entregas pelo nosso Rio Grande. Porém, as cantinas, mesmo quando pequenas, graças à produção de uvas dos familiares proprietários dessas cantinas, mesmo com dificuldades, acabavam superando essas crises.
Porém, com a AVIGA, começaram a recuperar sua autoestima, começaram a estudar mais sobre uvas e vinhos, começaram a ouvir conselhos da Embrapa e do Sebrae, organizaram suas empresas e começaram a se dedicar mais na produção de vinhos e espumantes.
Hoje, não temos mais vinhos ruins. Já competimos no mercado internacional. Falta ainda a conscientização dos consumidores brasileiros de que nossos produtos são melhores, e conscientização do Estado quando à tributação sobre nossos vinhos.
Porém, a competição criada entre os produtores pela Associação dos Vinicultores de Garibaldi há 17 anos, acabou mexendo com o brio dos vitivinicultores contribuindo sensivelmente com a melhoria da qualidade dos vinhos, mesmo os mais comuns. Também oferecendo produtos engarrafados que nada devem aos mais famosos produtores de vinho do Mercosul, principalmente, além de algumas renomadas marcas de outros países.
PARABÉNS AVIGA
E PARABÉNS VINÍCOLAS.